O panorama atual do futsal nos Açores, particularmente no âmbito da Associação de Futebol de Ponta Delgada (AFPD), apresenta um misto de crescimento e estagnação. A análise dos clubes inscritos para esta época evidencia um progresso em algumas áreas, mas também um preocupante abandono de várias equipas. Perante a redução de inscrições de clubes que anteriormente competiram nas provas da AFPD, torna-se essencial questionar o que motiva estas desistências e refletir sobre possíveis estratégias para garantir um futuro mais sustentável para o futsal micaelense e mariense.
Entre as ausências mais notórias está a CD Associação Académica da Universidade dos Açores, que, na época passada, participou com uma equipa sénior masculina e outra feminina. A prática de futsal naquela instituição foi, em grande parte, fruto do esforço e dedicação do treinador brasileiro Bruno Giacomini. A sua ausência, mais do que um vazio competitivo, representa uma perda para a comunidade desportiva universitária, que se vê privada de uma modalidade.
Também é relevante o afastamento do Núcleo SCP de São Miguel, que na época passada contava com a única equipa de iniciados masculinos. Estes jovens, que beneficiaram de uma introdução ao desporto federado, perderam uma oportunidade valiosa de desenvolvimento, o que reflete a dificuldade de muitos clubes em formarem equipas.
Nos seniores masculinos, assistimos à desistência de clubes como o GD Fenais da Luz, CD Vera Cruz, Universidade dos Açores e Mira Mar SC. Embora a 3ª divisão nacional conte ainda com quatro equipas de São Miguel, com destaque para o GDCP Livramento, que infelizmente desceu da 2ª divisão, e a Atalhada FC, que ascendeu às competições nacionais, juntando-se aos Remédios SCA e ao CD Santa Clara.
A diminuição do número de equipas participantes nas competições na ilha de São Miguel e Santa Maria, revela fragilidades estruturais que merece uma reflexão urgente.