O Governo dos Açores garantiu hoje que se tem empenhado para resolver a situação “caótica” deixada pelos governos do PS na gestão de resíduos, considerando que o líder regional socialista deveria ter mais “responsabilidade” nas declarações sobre o tema.

A reação do executivo PSD/CDS-PP/PPM surge na sequência de declarações proferidas na terça-feira pelo líder do PS/Açores, Francisco César, que apontou “falhas graves” na gestão de resíduos na ilha do Corvo, a mais pequena do arquipélago, e exigiu ação do poder público regional.

Numa nota de imprensa, a Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática refere que Francisco César “falta à verdade” e alega que os Governos Regionais da coligação tiveram que “encontrar soluções”, nos últimos quatro anos, para “resolver problemas gerados ao longo de mais de uma década no funcionamento dos Centros de Processamento de Resíduos da Região, durante os sucessivos mandatos dos executivos do PS”.

“O PS deixou os Centros de Processamento de Resíduos abandonados, degradados e com necessidades de intervenções avultadas, sem preparar a região para a recolha seletiva de biorresíduos, sem garantir uma necessária manutenção e modernização dos mesmos, e ainda com um acumular de décadas de resíduos em determinadas ilhas”, denuncia.

Face ao desinvestimento nos Centros de Processamento de Resíduos, o Governo Regional liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro “viu-se obrigado a realizar um investimento, nos últimos três anos, superior a 6,5 milhões de euros em intervenções de beneficiação nestes equipamentos”.

“Francisco César, presidente do PS Açores, que exerceu funções de deputado regional ao longo de várias legislaturas, conhece, ou pelo menos deveria conhecer, em pormenor, a herança desastrosa e o passivo deixados ao Governo Regional da coligação PSD/CDS/PPM no que se refere à gestão de resíduos nos Açores, pelo que se exigiria um maior nível de responsabilidade nas declarações proferidas”, lê-se na nota.

Quanto às críticas deixadas pelo socialista em relação à acumulação de lixo no Corvo, a tutela explica existir uma concentração de resíduos de madeira numa propriedade da Câmara Municipal e “fora dos limites das instalações do Centro de Processamento de Resíduos, local onde se tem verificado o abandonado desse tipo de materiais”.

“Trata-se de uma situação que se iniciou e perpetuou durante a governação do Partido Socialista”, aponta a secretaria regional, adiantando que já foi realizado “um procedimento para recolha e envio para destino adequado” desse passivo, o que representará um investimento de cerca de 87 mil euros.

Por outro lado, a expedição de madeiras e dos designados ‘monstros’ será realizada “a breve trecho”, num contentor marítimo, estimando-se uma quantidade máxima de 34 contentores. A operação não pôde ser realizada mais cedo, segundo a tutela, devido à reprovação do Plano e Orçamento da Região para 2024 e à dissolução do parlamento açoriano.

Atualmente, acrescenta, não há acumulação de resíduos no Centro de Processamento de Resíduos do Corvo, um espaço que foi alvo de vários investimentos num valor superior a 40 mil euros desde 2020.

Além disso, para “ultrapassar os constrangimentos” de expedição de resíduos para o exterior da ilha, foram adquiridos “seis contentores marítimos de 20 pés, num investimento de cerca de 16 mil euros”.

“Tardiamente e de modo absolutamente irresponsável, vem agora o PS, que permitiu que este problema se iniciasse e perpetuasse, apontar culpas ao Governo dos Açores, que se tem empenhado para resolver a situação caótica deixada pelos socialistas nos seus anos de governação”, sustenta o executivo do arquipélago.

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