O presidente do PS/Açores acusou hoje o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) de “enorme impreparação” no arranque do ano letivo e “alguma imprudência” ao antecipar o início das aulas, devido à falta de professores e assistentes operacionais.

“Na educação, quando deveríamos querer andar para a frente, quando nós queríamos ter melhores resultados, recuperar todo o atraso que temos em relação ao resto do país, o que se verifica é que muito provavelmente vamos andar para trás”, afirmou Francisco César à margem de uma visita à Escola Básica e Secundária Mouzinho da Silveira, no Corvo, a mais pequena ilha dos Açores.

Segundo o dirigente, “são 88 os professores que faltam na região e 200 assistentes operacionais”, enquanto “os bolseiros ocupacionais, que também têm um papel fundamental, não sabem qual será o seu futuro”.

O ano letivo 2024/2025 arranca no arquipélago entre 09 e 11 de setembro, terminando entre 20 e 27 de junho, em função do nível de ensino.

No final de agosto, a Secretaria Regional da Educação indicou que “98,3% das necessidades docentes das escolas para o próximo ano letivo estão colmatadas”, por haver “mais 134 professores em quadro” do que no início do ano anterior.

“O presidente do governo tem dito que a região está cada vez melhor e que está tudo bem nos Açores, e que nunca, aliás, estivemos tão bem. Contudo, e no caso da educação, temos os piores resultados escolares do país, temos o maior abandono escolar. E, inclusive, neste momento, nota-se uma enorme impreparação no início do ano letivo e até alguma imprudência ao querer começar mais cedo [as aulas]”, apontou Francisco César.

O representante criticou a ação governativa também ao nível dos transportes escolares e dos incentivos à fixação de professores, considerando que “a região está a ficar pior do que estava em relação ao ano passado”.

“No caso dos transportes escolares, que são fundamentais, há o risco de não arrancarem a tempo. Não há habitação, nem incentivos para os professores ficarem colocados nas ilhas com maiores dificuldades em atrair docentes e tudo isto quando a própria secretária regional anunciou a 18 de fevereiro que iria criar um sistema de incentivos”, indicou.

No caso da escola do Corvo, que hoje visitou, Francisco César disse que no estabelecimento de ensino há “um quarto dos professores por colocar”.

Já na vizinha ilha das Flores, acrescentou, falta colocar um terço dos professores e faltam também mais de metade dos assistentes operacionais.

“Na verdade não está tudo bem”, disse o socialista, em declarações aos jornalistas.

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