Os 18 viveiros florestais nos Açores, com uma área de 264 mil metros quadrados, têm capacidade para produzir “cerca de cinco milhões de plantas” e são “fundamentais para o reordenamento da floresta açoriana”, afirmou hoje o secretário da Agricultura.
“O investimento na melhoria dos viveiros florestais tem sido uma constante, sendo exemplo disso mesmo este Viveiro Florestal e Centro de Divulgação de Espécies Autóctones, um verdadeiro polo de atração para a educação ambiental da ilha Terceira entre os mais jovens”, salienta o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, António Ventura, citado numa nota do Governo açoriano.
A espécie produzida nos viveiros florestais em maior quantidade, de acordo com o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), é a criptoméria dos Açores, por ser “a espécie florestal produtora de madeira que apresenta o melhor crescimento vegetativo, pois está bem-adaptada à região”.
Segundo António Ventura, que visitou hoje o Viveiro Florestal e Centro de Divulgação de Espécies Autóctones das Fontinhas, na ilha Terceira, a criptoméria “é uma essência florestal cuja madeira apresenta uma boa procura de mercado, inclusivamente para exportação”.
Em 2023, refere, “foram distribuídas na região cerca de 330 mil plantas desta espécie, permanecendo ainda em viveiro para crescimento cerca de 760 mil”.
Além de espécies florestais exóticas como a criptoméria, os viveiros produzem outras resinosas, das quais foram distribuídas, em 2023, cerca de 18 mil, permanecendo em viveiro 87 mil, como os chamaeciparis, os pinheiros, as sequoias e vários cedros, mas também folhosas, das quais foram distribuídas à volta de 45 mil, permanecendo 125 mil em crescimento nos viveiros.
Relativamente a plantas ornamentais para espaços públicos, foram distribuídas e utilizadas à volta de 15 mil, permanecendo ainda uma quantidade considerável para crescimento.
“Das nossas espécies endémicas e autóctones dos Açores, foram distribuídas e utilizadas pelos serviços florestais cerca de 216 mil, permanecendo em viveiro para crescimento à volta de 470 mil”, acrescenta António Ventura.
O titular pela pasta da Agricultura nos Açores adianta ainda que “atualmente existem nos viveiros dos Serviços Florestais mais de 1,5 milhões de plantas para plantação em local definitivo nas próximas épocas de plantação”.
Ainda de acordo com António Ventura, “a produção de espécies endémicas tem vindo a aumentar ao longo dos anos”, fomentada pela “aprovação dos planos de ordenamento das bacias hidrográficas da lagoa das Furnas e das Sete Cidades, na ilha de S. Miguel, das bacias hidrográficas da ilha do Pico, pela necessidade de arborização dos taludes de novas vias de comunicação, de reconversão florestal de áreas de difícil explorabilidade e de elevado risco de erosão”, como linhas de água e de cumeeira.
Por outro lado, o aumento da produção de espécies endémicas é ainda justificado por causa da “reabilitação de ecossistemas florestais naturais degradados e da rearborização de corredores ecológicos no perímetro florestal ou dos ensaios experimentais no âmbito do Programa de Melhoramento Florestal, que visa analisar o potencial produtivo das espécies endémicas lenhosas”.
“Concomitantemente, também houve um aumento de interesse de proprietários privados, instituições de ensino, autarquias e juntas de freguesia para a utilização das nossas espécies endémicas, bem como um aumento da necessidade por parte de vários projetos LIFE [para o ambiente], dos quais os Serviços Florestais são parceiros e responsáveis pela produção de plantas endémicas lenhosas dos Açores”, acrescentou o governante.