Deixei arrefecer o assunto. Passadas as paixões do momento, sobra mais discernimento para avaliar o que vai na bondade de certa gente.
Francisco César é candidato único à presidência dos socialistas açorianos – depois se verá se também à liderança, que é outra coisa.
Dispenso considerações sobre o carater dinástico da candidatura. É legítima, seja num regime monárquico ou republicano. Já todos percebemos as consequências possíveis deste tipo de sucessão para o bem e, talvez mais, para o mal. Diria que é a vida. Logo se vê.
É difícil ter novidades quando se anda há muitos anos na política, principalmente se comprometido com a governação, como foi o caso. Mas sem novidades o caminho torna-se muito ingreme e o destino mais longe. Por isso Francisco se esforçou por parecer novo neste palco, como ator acabado de entrar em cena.
O problema é que o conhecemos de outras comédias e outros dramas. A começar pela tragédia da SATA, que agora avidamente quer salvar.
Vamos por partes. Nada há a dizer sobre um possível consenso partidário para o futuro da nossa companhia aérea. Quantos mais unidos estivermos, melhor e mais consistente será a solução. Mas é bom que o PS reveja a sua posição quanto à percentagem do capital a privatizar – objetivamente, ninguém se dispõe a comprar uma empresa tecnicamente falida e na qual não poderá mandar…
Sobre o passado da SATA, entenda-se, a sua gestão ruinosa, Francisco tem de se penitenciar. Ouvimo-lo incessantemente dizer que o prejuízo na companhia era compensado pelas receitas que trazia à economia açoriana. Trazia mesmo?