O Conselho de Ilha das Flores ficou a “aguardar para ver” se o Governo Regional açoriano vai responder às questões que foram colocadas numa reunião realizada no primeiro dia de uma visita estatutária ao território.

“Nós colocámos o memorando [ao executivo]. O Governo [Regional] respondeu da forma mais clara que entendeu. Foi uma reunião que decorreu de forma cordial. Os conselheiros colocaram as questões que entenderam, houve as respostas possíveis e naturalmente que, agora, é aguardar”, disse aos jornalistas José António Corvelo na terça-feira.

O presidente do Conselho Consultivo da Ilha das Flores falava no final de uma reunião com o executivo açoriano do PSD/CDS-PP/PPM, realizada hoje na Casa do Povo das Lajes, na vila de Lajes das Flores, onde foi analisado um memorando com um total de 16 pontos, que traduzem as principais preocupações daquele órgão consultivo.

“Atendendo ao facto de muitas das questões que já colocámos ao longo de vários anos não terem sido respondidas por outros Governos [Regionais] e por este, vamos aguardar para ver”, disse o responsável.

Segundo António José Corvelo, entre as principais preocupações estão os atrasos das obras nos dois portos comerciais, o das Lajes das Flores e das Poças, em Santa Cruz, e o problema demográfico que atinge os dois municípios.

Em outras áreas, como na saúde e nas acessibilidades, por exemplo, aquele órgão registou “que há um conjunto de boas intenções”.

O governo açoriano “não pode vir cá e resolver o problema da demografia”, mas se as carências relacionados com a falta de habitação e de emprego forem ultrapassadas o seu combate “é mais fácil”, sublinhou António José Corvelo.

“O problema da demografia não se resolve num mandato, nem em dois, tem de ser um projeto de longa data”, admitiu.

O presidente do executivo dos Açores disse aos jornalistas no final da reunião que foi “muito produtiva”.

José Manuel Bolieiro referiu que, em termos demográficos, a ilha das Flores tem registado uma estabilidade nos dois últimos anos, “não por via da natalidade, mas por via da migração”.

O dirigente lembrou que o Governo Regional tem medidas de apoio às famílias “que são um estímulo à natalidade” e de facilitação da contratação de migrantes por parte das empresas.

No geral, Bolieiro apontou que muitos dos assuntos abordados no memorando do Conselho de Ilha são de continuidade, como é o caso da reconstrução do porto comercial das Lajes das Flores, que foi afetado pelo furacão Lorenzo em 2019.

O Conselho de Ilha é um órgão consultivo do Governo Regional dos Açores composto pelos presidentes das câmaras e assembleias municipais da ilha, quatro membros eleitos de cada assembleia municipal, três presidentes de junta de freguesia, um representante do Governo Regional (sem direito a voto) e vários membros das organizações sociais, ambientais, culturais e empresariais da ilha.

O Governo dos Açores iniciou na terça-feira uma visita estatutária à ilha das Flores que concluirá ao final da manhã de hoje, quando viajará para a vizinha ilha do Corvo, onde iniciará outra deslocação, com a duração de um dia e meio.

Segundo o Estatuto dos Açores, o Governo Regional tem de visitar cada uma das ilhas do arquipélago pelo menos uma vez por ano, com a obrigação de reunir o Conselho do Governo na ilha visitada.

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