O PS/Açores considerou hoje que o relatório “Portugal, Balanço Social 2023” confirma o crescimento dos índices de pobreza na região e contraria “a propaganda do Governo Regional de que tudo está a fazer para combater” o flagelo.

“Nos Açores, depois da convergência com as médias nacionais e o trajeto de recuperação dos valores da pobreza até 2020, através de políticas sociais abrangentes e eficazes, o que verificamos é que com este Governo Regional da coligação PSD/CDS/PPM as coisas mudaram e mudaram para pior”, afirma a deputada socialista Andreia Cardoso, citada num comunicado do partido.

O risco de pobreza em Portugal subiu para 17% em 2023, o que fez com que mais 60 mil pessoas ficassem em risco de ficar pobres, uma realidade que afetou principalmente as mulheres, revela o relatório “Portugal, Balanço Social 2023”.

“O número de pessoas em risco de pobreza aumentou 60 mil”, lê-se no relatório, da responsabilidade dos investigadores Susana Peralta, Bruno P. Carvalho e Miguel Fonseca, da Nova School of Business & Economics.

Os dados do relatório mostram que a “prevalência da pobreza é maior nas regiões autónomas”, onde também há mais privação material e social e desigualdade na distribuição do rendimento.

“A taxa de pobreza está quase 10 pontos percentuais acima da média nacional na Madeira, a região com maior taxa de pobreza em Portugal, e nove pontos percentuais acima da nacional nos Açores”, de acordo com o documento.

Além disso, é referido, a taxa de privação material e social severa desceu em todas as regiões do país entre 2021 e 2022, com exceção dos Açores.

Para a vice-presidente do grupo parlamentar socialista nos Açores, Andreia Cardoso, o estudo relativo a 2023, “que compila dados dos anos de 2022 e até de 2021, só veio confirmar aquilo que o PS/Açores tem vindo alertar: que o abandono da Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, lançada pelo Governo Regional do PS [que governou a região entre 1996 e 2020], resultou, diretamente, no agravamento dos indicadores de pobreza”.

“E o pior é que estes números são apenas o reflexo do verdadeiro drama que muitas famílias açorianas vivem, diariamente, para pôr comida na mesa ou para garantir a educação dos seus filhos”, salienta.

Andreia Cardoso lamenta também que o estudo indique que os Açores e a Madeira “tenham sido as únicas regiões do país onde a taxa de pobreza aumentou”, destacando que o documento confirma os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicam que, nos Açores, nos últimos três anos, o risco de pobreza “subiu de 21.9% para 26.1%” e que “12% dos açorianos já estão em privação material e social severa”.

“São números assustadores, porque um em cada quatro açorianos corre o risco de cair em situação de pobreza e um em cada 10 açorianos já passa gravíssimas necessidades”, salienta.

Para Andreia Cardoso, o estudo alerta, mais uma vez, que os Açores “estão a sofrer uma degradação dos indicadores sociais relativos à pobreza e à privação material”.

“Estamos, neste momento, com uma taxa de risco de pobreza de nove pontos percentuais acima da média nacional e somos a região do país com maior taxa de privação material”, afirma, lamentando que “depois de muitos anos a melhorar” e de a região ter conseguido sair do ‘top’ da pobreza em Portugal esteja novamente “neste triste pódio”.

“Isto não é andar para a frente, isto é andar para trás”, reforça a vice-presidente do grupo parlamentar do PS açoriano.

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