O deputado na Assembleia da República Francisco César vai candidatar-se à liderança do PS/Açores para dar um “novo futuro” ao partido e colocar a região a liderar nos indicadores sociais, revelou hoje o próprio à agência Lusa.

“Queremos um novo futuro para o PS. Um futuro que se enriquece com o seu passado, que na prática é a sua identidade, mas que constrói um novo futuro para a Região Autónoma dos Açores”, afirmou.

Os socialistas açorianos vão eleger um novo líder em 29 de junho, depois de Vasco Cordeiro, presidente do PS/Açores desde 2013, ter anunciado que não se vai recandidatar.

Defendendo que o PS/Açores deve ser um “partido autonomista, cosmopolita e universalista” que coloca a “vida das pessoas” no “centro da sua ação”, Francisco César insistiu na necessidade de um novo futuro para o partido.

“Nós queremos um novo futuro para o PS. Um futuro que se enriquece com o seu passado, que, na prática, é a sua identidade, mas que constrói um novo futuro para a Região Autónoma dos Açores”, reforçou o deputado eleito pelo arquipélago açoriano à Assembleia da República.

O até agora único candidato a líder do PS na região defendeu ainda que os Açores “não podem estar constantemente acomodados” a ter os “piores indicadores de pobreza, violência doméstica, de educação e de acesso à educação”.

“Não nos basta melhorar isso [os indicadores sociais]. Nós queremos ser os melhores e queremos no espaço de uma geração liderar todos esses indicadores no país. É uma nova ambição, é uma ambição renovada para os Açores que nos permite construir um novo futuro”, salientou.

Na mensagem de apresentação da candidatura, a que a Lusa teve acesso, Francisco César defende que a região precisa de um “novo modelo económico” e de criar um “quarto pilar económico” (além da agricultura, pescas e turismo), assente nas “novas economias do mar, do digital e da descarbonização e transição energética”.

“A nova política que queremos implementar não se preocupa se os nossos jovens vão para fora da região se qualificar ou conhecer novos mundos, – antes pelo contrário, devemos incentivar exatamente essa possibilidade – o que nos deve motivar, verdadeiramente, é que estes possam, mais cedo ou mais tarde, caso desejem, ter a possibilidade de regressar”, refere.

O candidato afirma ainda que “só há verdadeiro desenvolvimento” quando existir uma “democracia madura e transparente”, alertando para a importância de existir “educação para todos”, uma “cultura aberta e inclusiva” e uma “comunicação social livre e economicamente sustentável”.

“Com a escassez de recursos financeiros públicos e privados existentes na região é preciso fazer escolhas e estabelecer prioridades de investimento para maximizar as possibilidades de desenvolvimento”, reforça.

Francisco César, que também já foi deputado e líder da bancada do PS na Assembleia Regional, define o passado como um património que orgulha o partido, mas pede que se retirem ensinamentos sobre o que “correu bem, o que não resultou e o que, pura e simplesmente, se esgotou ou se desatualizou”.

“O pior erro que o PS/Açores poderá incorrer, nesta nova fase da sua história, é fazer do seu futuro a defesa do nosso passado. O nosso passado é a identidade de que não abdicamos, todavia, tal não significa que não devamos evoluir as nossas políticas, discutir novos rumos para a autonomia e, até, em alguns casos assumir ruturas”, assinala.

Francisco César, 45 anos, formado em Economia, é deputado e vice-presidente da bancada do PS na Assembleia da República, sendo ainda membro dos secretariados nacional e regional do partido.

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