Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

“Se algo pode correr mal, vai correr (mesmo) mal”, dita a principal Lei de Murphy. E na política, como noutros domínios da nossa vida, as leis formuladas pelo velho engenheiro aeroespacial norte-americano são infalíveis, até cientificamente explicáveis.

Vasco Cordeiro foi sentenciado pela infalibilidade da lei. Se as eleições podiam correr mal, correram muito mal. Estava destinado a perder, ou como diria qualquer calvinista, predestinado à condenação eterna? Não há acasos na política, o destino é o saldo da obra, da assertividade, da competência e da humildade, da clarividência e da ousadia. Aqui chegados temos a explicação para as derrotas socialistas.

Em cinco semanas Cordeiro averbou dois desaires eleitorais, irreparáveis, sem retorno possível e, sabemos, nenhuma liderança partidária sobrevive a tanta humilhação política.

O voto contra o Orçamento, que fez derrubar Bolieiro, trazia implícita uma fatura pesada – bastava atentar na história para antever o seu resultado. E o anúncio intempestivo da reprovação do programa do Governo também concorreu, este domingo, para o afastamento do eleitorado moderado, de quem quer estabilidade governativa, de quem quer a resolução dos problemas reais em vez de inconsequentes jogos palacianos.

O quinto pior resultado de sempre do PS, em 17 eleições nacionais, deixa marcas para o futuro imediato. Negativas, obviamente, porque de uma assentada o PS perde a sua liderança e um putativo presidente. A derrota não faz currículo, menos ainda para quem o tem exíguo. A reabilitação será por isso demorada. Quem se segue?

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