O coordenador do BE/Açores, António Lima, admitiu hoje que os resultados das eleições legislativas regionais de domingo foram maus, mas garantiu que o partido será, “sem dúvida, a mais forte das oposições”.
“Nós reconhecemos o mau resultado. Não cumprimos o nosso objetivo, que era de crescer”, afirmou António Lima, que foi cabeça de lista às eleições regionais de domingo pelos círculos de São Miguel e da compensação.
O dirigente regional do Bloco falava numa unidade hoteleira de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, depois de se conhecerem os resultados das eleições dos Açores.
O Bloco de Esquerda (BE) conseguiu em 2020 dois deputados nas regionais, pelos círculos de São Miguel e da compensação, mas no domingo conseguiu apenas eleger o seu coordenador regional, pela compensação.
António Lima disse que “a crise política que José Manuel Bolieiro e a coligação provocaram em novembro tinha o objetivo de reforçar a direita e esse objetivo foi concretizado”.
“Havia um plano da direita, claro, para provocar uma crise política artificial e chegar a eleições para se reforçar a direita”, vincou António Lima, que foi eleito deputado pelo círculo de compensação.
António Lima referiu, no entanto, que o partido será “a mais forte das oposições” ao “Governo Regional de direita”.
“Com essa viragem à direita que aconteceu o Bloco de Esquerda resistiu, tem um mandato e, como disse, seremos a mais forte das oposições com a capacidade de trabalho que nos caracteriza, com a capacidade de demonstrar um caminho diferente para os Açores, um caminho de progresso que a direita não trás”, acrescentou.
Questionado sobre se a nível interno do Bloco haverá alguma consequência dos resultados eleitorais, António Lima sustentou que no BE, “como sempre”, os resultados “positivos e os maus resultados” são “coletivos”.
E, prosseguiu: “Nesse sentido cá estará a direção para avaliar esses resultados”.
“Estamos empenhados como sempre em responder aos problemas dos açorianos”, reforçou ainda.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu hoje as eleições regionais dos Açores, mas ficou a três deputados da maioria absoluta, depois de apuradas todas as freguesias, segundo dados oficiais provisórios.
De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, a coligação, que governa a região desde 2020, conseguiu 42,08% (48.668 votos) e 26 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 57 deputados.
O PS conquistou 23 deputados, tendo alcançado 35,91% (41.538 votos).
Relativamente a 2020, PSD, CDS-PP e PPM, que então concorreram separados, conseguiram eleger hoje o mesmo número de deputados para a Assembleia Legislativa Regional dos Açores, mas conquistaram quase mais 5.300 votos.
Em 2020, nas últimas eleições regionais, o PS tinha vencido as eleições, alcançando 25 mandatos, mais dois do que hoje. Em número de votos, os socialistas tiveram agora quase mais mil votos.
Em terceiro lugar na votação de hoje ficou o Chega, com 9,19% (10.626 votos), tendo elegido cinco deputados, mais três do que em outubro de 2020.
O BE elegeu um deputado, com 2,54% (2.936 votos), tendo perdido um parlamentar em relação às últimas regionais.
A IL manteve o deputado que tinha conquistado em 2020, tendo agora alcançado 2,15% (2.482), tal como o PAN, que obteve 1,65% (1.907 votos).
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.