Élvio Sousa

O secretário-geral do partido Juntos Pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, considerou hoje que o que faltou para impedir eleições legislativas regionais antecipadas nos Açores foi um “adulto na sala”.

“Eu acho que o que faltou aqui no entendimento foi haver um adulto na sala que levasse o Governo [Regional] até ao fim e depois iniciasse um processo eleitoral natural em setembro”, afirmou Élvio Sousa, na Feira de Santana, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

Ao lado do cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e de compensação, Carlos Furtado, o dirigente nacional do JPP sustentou que, na atual crise na Madeira, o partido “está a ser o adulto na sala” e, nos Açores, o candidato do partido, com uma postura de “grande seriedade”, foi “o adulto na sala no processo de transição que levou a esta instabilidade” e desencadeou eleições.

Dirigindo elogios a Carlos Furtado, que nas últimas legislativas regionais foi eleito deputado do Chega, tendo passado depois a independente, Élvio Sousa salientou que “foi uma pessoa que sempre defendeu que o Orçamento [para 2024] pudesse ser viabilizado, que era um Orçamento que correspondia a algumas expectativas sociais e económicas” e que as eleições decorressem num processo normal agora em setembro.

Sobre a estreia do JPP em eleições regionais nos Açores, Élvio Sousa reconheceu que o partido não teve muito tempo para se estabelecer.

“O JPP é um projeto de maturidade, levámos seis anos a chegar a uma autarquia na Madeira e a constituirmos a terceira força política. Não direi que, nos Açores, em dois meses, consigamos, porque é um processo de fertilização natural”, declarou.

Considerando que o JPP, com sede na Madeira, é um “partido das autonomias”, Élvio Sousa vê a extensão para os Açores como um processo “perfeitamente normal”, o que é um orgulho, esperando alcançar no domingo um “resultado satisfatório”, que será a eleição de, pelo menos, um deputado.

“Se não for possível, não haverá outro mal ao mundo, como é óbvio”, adiantou o dirigente, assegurando que o partido está nos Açores “de pedra e cal” e “o projeto vai continuar independentemente do resultado”.

Questionado sobre eventuais entendimentos pós-eleitorais caso o partido eleja parlamentares, Élvio Sousa recusou fazer futurologia.

“Nunca comentamos o que vai acontecer sem saber. Esses são cenários muito imprevisíveis”, referiu.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para o próximo domingo, dia 04 de fevereiro, após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

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