O cabeça de lista do Livre pelo círculo de São Miguel às eleições legislativas regionais dos Açores defendeu hoje a necessidade de ser declarado “um estado de emergência climática e ecológica” e a criação de uma assembleia cidadã.
“A primeira proposta que nós temos é a de declarar um estado de emergência climática e ecológica. Nós pensamos que esse é um ponto essencial da nossa mensagem e da nossa atuação política, porque tudo está relacionado com isso”, disse hoje José Azevedo.
O também dirigente do Livre nos Açores falava aos jornalistas em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, à margem de um encontro com a Associação para a Promoção e Proteção Ambiental dos Açores, realizada nos jardins da Universidade, no âmbito da campanha para as eleições legislativas regionais, que decorrem no domingo.
Nas declarações aos jornalistas, continuou: “Até as questões da saúde, as questões de toda a produção primária, da agricultura, das pescas, tudo passa pelos problemas ambientais e, sobretudo, pela noção de que nós estamos numa situação de catástrofe iminente, e isso tem que ser posto em cima da mesa e não está a ser posto”.
Na opinião do candidato, os políticos, “infelizmente, têm procurado sossegar as pessoas com roteiros de neutralidade carbónica, com investimentos mais ou menos desorientados para, por exemplo, carros elétricos, e que faz com que as pessoas possam comprar os seus Teslas à conta da transição climática”.
“E não é isso. Não é nada disso que nós precisamos. Nós precisamos de uma ação deliberada para prever os impactos que vão vir aí já nos próximos anos”, vincou.
Segundo José Azevedo, a previsão dos impactos ambientais “é uma questão científica” que “está perfeitamente estabelecida.
“E é isso que nos preocupa. Nós temos no Livre uma posição sempre de respeito e de ouvir as propostas científicas, as consequências científicas e, portanto, aquilo que vai acontecer é uma questão científica. A maneira como nós vamos reagir é uma questão política. Nós temos uma visão muito clara e pusemo-la no nosso programa”, disse.
Referiu a necessidade da redução do consumo de energia de combustíveis fósseis, o que se consegue “não apenas promovendo as energias renováveis, mas, inclusivamente, reduzindo o consumo de combustíveis”.
Adiantou que o Livre também tem propostas na área da agricultura, no sentido de favorecer a produção local, estabelecendo acordos com instituições âncora como cantinas e universidades, entre outras.
“Mas, no essencial, o que nós queremos fazer é convocar uma assembleia cidadã. Ou seja, nós temos ideias, mas como tenho dito muita vez, nós não queremos ser apenas a voz dos açorianos, queremos dar voz aos açorianos”, disse.
José Azevedo revelou que o partido tenciona “convocar representantes dos açorianos de todas as ilhas, de todas as idades, de todas as profissões”, para que façam propostas sobre aquilo “que pensam que é importante” fazer no território.
O candidato lembrou que o Livre tem subido os resultados da votação nos últimos atos eleitorais e, nos Açores, nas eleições de domingo, o partido está presente nos boletins de voto de todas as ilhas.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.