O candidato do PS a presidente do Governo dos Açores nas eleições legislativas regionais, Vasco Cordeiro, acusou hoje o executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) de ter na habitação “muita conversa e pouca ação”.

“A visita também a este bairro permite constatar aquela que é uma característica da ação deste Governo no que tem a ver com a habitação, muita conversa e pouca ação”, afirmou Vasco Cordeiro, aos jornalistas, junto ao bairro “Nascer do Sol”, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira.

Em 2015, quando reduziu o efetivo na base das Lajes, na Terceira a Força Aérea norte-americana deixou de utilizar dois bairros, o “Nascer do Sol” e o “Beira-Mar”, localizados junto à base, com cerca de 450 casas, bem como uma escola com perto de 5.200 metros quadrados.

Três anos depois, as infraestruturas foram cedidas pela Força Aérea portuguesa ao Governo Regional dos Açores (PS), que não chegou a avançar com a sua reabilitação.

Vasco Cordeiro, que é cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e de compensação, destacou a incapacidade do executivo PSD/CDS-PP/PPM de “aproveitar aquilo que está à disposição da região”.

Segundo o candidato, trata-se de “cerca de 400 habitações que, no conjunto dos dois bairros, foram cedidas à Região Autónoma dos Açores por intervenção e através de uma negociação com os governos regionais do PS e que este Governo se tem revelado incapaz de colocar ao serviço do desenvolvimento e das necessidades de habitação na ilha Terceira”.

Vasco Cordeiro, que foi presidente do Governo Regional dos Açores entre 2012 e 2020, defendeu que “é necessário utilizar toda esta capacidade e transformá-la em oportunidades para jovens casais, para a classe média”, e, por essa via, garantir que “funciona como um meio de captação e de fixação de jovens”.

Confrontado com a existência de um projeto para o local do atual executivo, o também líder do PS/Açores sustentou que “este assunto já demorou muito mais no mandato deste Governo do que demorou no mandato do Governo anterior do PS”.

“Foi lançado ainda um projeto de recuperação nos tempos do Governo do PS que abrangeu perto de uma centena de habitações. Esse projeto já foi concluído na vigência deste Governo e o facto é que habitações para servir jovens casais da Praia da Vitória e da ilha Terceira temos zero neste momento”, adiantou, notando que, “quando se aproximou a altura das eleições, é que houve uma azáfama quanto a anúncios”.

Em 25 de outubro de 2023, o Governo Regional dos Açores anunciou que previa lançar “no primeiro semestre de 2024” o concurso para a reabilitação de 92 casas cedidas pela Força Aérea norte-americana na Praia da Vitória para arrendamento com opção de compra.

“Contamos nos próximos dias lançar o procedimento para os projetos de execução desta empreitada e lançar a empreitada de reabilitação no primeiro semestre de 2024”, adiantou na altura o vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima, à margem de uma visita ao bairro “Nascer do Sol”, acrescentando que as obras deverão estar concluídas “até dezembro de 2025”.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para o próximo domingo, dia 04 de fevereiro, após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

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