O líder do Livre/Açores defendeu hoje a necessidade de combater o subfinanciamento da escola pública e apostar na valorização salarial dos docentes, além de se dar ao estabelecimentos autonomia para determinar os seus projetos pedagógicos.
Em declarações à Lusa, José Azevedo, que é candidato pelo círculo eleitoral de São Miguel e pelo circulo da compensação nas legislativas regionais antecipadas de domingo, defendeu que é necessário “suportar a escola pública a 100%”, considerando que há em subfinanciamento, a par das “dificuldades que são colocados aos professores em termos de carreiras e vencimento”.
“Para além disso, queremos mais projetos de inovação pedagógica, que as escolas tenham autonomia para determinar os seus projetos pedagógicos e levá-los a cabo com equipamentos, materiais e pessoal”, acrescentou José Azevedo.
O candidato visitou hoje na cidade da Horta, na ilha do Faial, o projeto Jardim do Mar, uma iniciativa de “educação na infância motivada por um conjunto de pais que não se revê na educação convencional”.
O grupo organizou-se e constitui uma associação, que arrancou em 2023, para “proporcionar aos seus próprios filhos e crianças até aos cinco anos, uma educação mais virada para a sua autonomia e para o contacto com a natureza”, contou José Azevedo.
De acordo com o candidato, estes pais pretendem promover “uma educação que não tem resposta no sistema público”.
“Apesar de termos legislação que prevê contratos de autonomia com as escolas, o que se passa é que estas estão a ser asfixiadas e, nos contactos que temos feito, isso é patente”, salientou o líder do Livre/Açores.
Segundo o candidato, as escolas “têm dificuldades de cumprir o básico, de fornecimento de refeições aos seus alunos, de reparação de mobiliário e estão sobrecarregadas com a falta de professores e assistentes técnicos”.
José Azevedo referiu ainda se ouve “constantemente o lugar comum de que a educação é muito importante, que os jovens são o futuro dos Açores”, mas questionou “que educação a escola pública está a conseguir dar aos futuros cidadãos açorianos”.
“É uma formação muito má, por falta de investimento, e queremos que este seja sério na escola pública, que possa inovar e ter a qualidade que os pais procuram”, sustentou o candidato.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.