Na próxima semana, começa o ano letivo na Região, sem que esteja resolvido qualquer problema estrutural do Sistema Educativo. Bem sei que estes últimos anos trouxeram algumas mudanças importantes, mas persistem os problemas de várias décadas.

Mais de mil Docentes só souberam onde iam trabalhar no meio de agosto, ou mais tarde! Ou seja, um em cada cinco Docentes não sabia quais serão os seus alunos, turmas, anos ou disciplinas. Infelizmente para o Sistema Educativo, é mais barata esta incerteza, mesmo que as aprendizagens saiam prejudicadas… É necessário fixar, nas escolas, os recursos humanos necessários – Docentes, Auxiliares e outros!

A falta de Professores agrava-se, de ano para ano, e este já é um problema generalizado. Todas as Unidades Orgânicas são obrigadas a recorrer a Docentes sem habilitação profissional. Infelizmente, da parte do governo regional, não há qualquer medida para aumentar o número de Docentes profissionalizados nem para aplicar incentivos à fixação realmente eficazes.

Milhares de Docentes têm muito mais de 100 alunos – alguns, perto de 200 –, lecionam a mais de 8 turmas e têm de planificar mais de 3 programas diferentes. Isto, sabendo-se que cada Aluno é diferente do outro e que é preciso encontrar, constantemente, soluções quase individuais, resolvendo, na sala de aula e em cada momento, os problemas sociais que desaguam na Escola todos os dias.

Perante esta descrição, tão negativa, alguns poderão questionar – será real? Pois, terei de dizer: não, porque este espaço exige-me ser muito sintético. A realidade vivida nas Escolas é bem mais complexa e difícil. De tal forma que todos os estudos feitos concluem que, perante as gritantes dificuldades e falta de meios, a Escola Pública só consegue cumprir minimamente a sua função devido à dedicação diária de quem a faz funcionar. Assim, não é de admirar que, também nos Açores, a falta de Docentes se note cada vez mais, de ano para ano!

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