O candidato do PS a presidente do Governo dos Açores nas eleições legislativas regionais, Vasco Cordeiro, acusou hoje o executivo insular (PSD/CDS-PP/PPM) de maltratar a cultura e anunciou a revisão do regime de apoio a atividades culturais.

“A cultura foi maltratada neste Governo, a começar pela incapacidade de decidir, a incapacidade de fazer aquilo que deveria ser feito nessa área, simplesmente até de decidir os pedidos de apoio que havia nesse setor”, afirmou Vasco Cordeiro, lembrando que os agentes culturais da região, reiteradamente, “disseram que foram maltratados”.

O cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e de compensação falava aos jornalistas na freguesia de São Bento, concelho de Angra do Heroísmo (ilha Terceira), à margem de um bailinho de Carnaval da terceira idade.

As danças e bailinhos de Carnaval da ilha Terceira são manifestações de música e teatro popular tradicionais e integram o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal.

Segundo o candidato, o PS propõe “uma revisão completa do Regime Jurídico de Apoio a Atividades Culturais”, considerando que é “necessário reformular” este sistema de apoios, para, por exemplo, garantir uma distinção entre apoios de curto e longo prazos ou para atividades pontuais ou plurianuais.

“É necessário também reformular, por completo, o papel que a cultura pode ter no desenvolvimento das nossas comunidades e é necessário vê-la numa perspetiva integrada, em articulação” com as áreas da educação, economia ou ação social, porque “pode, efetivamente, ser um fator importante” para o seu desenvolvimento e progresso, defendeu.

Questionado se é preciso mais verbas para o setor, Vasco Cordeiro, que foi presidente do Governo Regional dos Açores entre 2012 e 2020, respondeu que “é preciso, sobretudo, que os agentes culturais tenham à sua disposição um quadro [jurídico] claro e preciso”, assim como de um governo que traga estabilidade e que “decida e que faça aquilo que é preciso fazer”.

Quanto à sondagem da Aximage para o jornal Açoriano Oriental e para a Rádio Açores/TSF, publicada hoje sobre as eleições regionais, Vasco Cordeiro adiantou que o PS também tem as suas sondagens que, inclusive, dão o partido a ganhar “em sítios onde” julgava não ganhar.

Segundo a sondagem da Aximage – Comunicação e Imagem para a Açormédia, a coligação PSD/CDS-PP/PPM recolhe 36,6% das preferências dos inquiridos, o PS 33,5%, o Chega 6,3%, o Bloco de Esquerda (BE) 1,9% e a mesma percentagem de inquiridos dizem votar no PAN (1,9%).

Já a Iniciativa Liberal (IL) tem na sondagem 1,4% das intenções de voto e a CDU reúne 1,3%.

Ainda de acordo com a sondagem, 13,3% dos inquiridos estão indecisos em quem votar nas eleições de 04 de fevereiro.

A amostra abrangeu 411 pessoas maiores de 18 anos residentes da Região Autónoma dos Açores.

Sobre o partido Chega figurar em terceiro lugar, o socialista declarou que antes deste estudo de opinião “aquilo que já se percebeu é que votar na coligação é a mesma coisa que ter o Chega no Governo Regional dos Açores”, assinalando ainda que os inquiridos “demonstram, claramente, uma preferência pelo Vasco Cordeiro como presidente do Governo e não pelo dr. José Manuel Bolieiro”, líder do executivo regional e candidato ao lugar pela coligação PSD/CDS-PP/PPM.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais dos Açores: PSD/CDS-PP/PPM, ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

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