O líder do ADN/Açores, Rui Matos, defendeu hoje que os cerca de 100 apartamentos que se encontram abandonados no Bairro Piedade Jovem devem ser usados para combater as dificuldades de habitação existente em São Miguel.
O candidato pelo círculo eleitoral de São Miguel e pela compensação às legislativas regionais antecipadas de 04 de fevereiro, que esteve hoje na freguesia dos Arrifes, na periferia de Ponta Delgada, referiu que, “com a dificuldade que existe” no acesso à habitação, “se poderia aproveitar aqueles apartamentos que estão praticamente concluídos”.
Em causa estão apartamentos construídos por uma empresa privada, há cerca de 15 anos, que não os concluiu na totalidade, num bairro que acabou por ser alvo de vandalismo e problemas sociais.
O candidato, em declarações à agência Lusa por telefone, defendeu que o Governo dos Açores deve reabilitá-los e colocá-los à venda “com preços muito mais competitivos para os jovens”.
Para o candidato, a aquisição dos apartamentos encurtaria prazos, uma vez que já estão construídos e requerem apenas obras de beneficiação, enquanto os fogos habitacionais a lançar no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) terão de começar do zero e termos de construção.
“Aquele é um exemplo [de apartamentos abandonados], como existem outros na ilha de São Miguel e mesmo nos Açores”, defendeu o candidato.
O dirigente do Alternativa Democrática Nacional (ADN) quer “aproveitar ainda aqueles edifícios que também fazem parte das câmaras municipais e do Governo Regional para os jovens que querem ter a sua habitação”.
De acordo com o candidato, os jovens não conseguem aceder a uma habitação “devido às taxas de juro, que são elevadíssimas”, bem como ao “custo das próprias habitações, que estão a preços que, mesmo um casal que ganhe 2.000 euros por mês, não consegue adquirir”.
Rui Matos frisa que, para os jovens que querem constituir família e adquirir uma habitação, a situação está a tornar-se cada vez mais impossível”.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.