A CDU/Açores manifestou-se hoje solidária com os órgãos de comunicação social privados da região, garantindo que tudo fará para que os jornais e as rádios ultrapassem “as graves dificuldades” que sentem.

“Em primeiro lugar devemos proporcionar uma reunião com os órgãos da comunicação social, analisar a situação e depois, a partir daí, tomarmos uma posição para que se possa encontrar, a bem da comunicação social privada, pontos que possam vir a resolver a situação dramática que existe”, disse à agência Lusa Marco Varela, dirigente regional do PCP.

À margem de uma conferência de imprensa da CDU/Açores, no âmbito da campanha eleitoral para as eleições antecipadas de 04 de fevereiro, Marco Varela destacou o papel dos jornais e das rádios locais privadas, porque difundem “o conhecimento da realidade” de cada uma das nove ilhas.

O coordenador regional garantiu ainda que, caso o partido volte a ter representação parlamentar nos Açores, irá apresentar “propostas concretos”, que não especificou, para que as rádios e jornais possam ultrapassar a sua “dramática situação”.

Dezasseis órgãos de comunicação social privados dos Açores enviaram aos partidos que concorrem às eleições regionais uma carta alertando para a “dramática situação” vivida no setor e sugerindo um “acordo de regime” sobre os apoios a atribuir.

A missiva, noticiada hoje pela Antena 1/Açores e a que Lusa teve entretanto acesso, é assinada pelos diários Açoriano Oriental e Correio dos Açores, em representação também dos jornais Diário Insular, Incentivo, Diário dos Açores, Dever, Ilha Maior, Jornal do Pico, Tribuna das Ilhas, e das rádios Atlântida, R80, Rádio Clube de Angra, Asas do Atlântico, Antena Nove, Cais e Rádio Comercial dos Açores.

Referindo o papel da comunicação social como “pilar do regime democrático e da própria autonomia” regional, e sublinhando que o seu trabalho é também de serviço público, os órgãos recordam a existência do programa Promédia, mas pedem outros apoios “vitais para a sua sobrevivência, nomeadamente o apoio aos custos de exploração e produção, que sofreram todos aumentos incomportáveis nos últimos anos”.

Para a debilitação do setor, indicam, tem contribuído a transferência de publicidade para as plataformas digitais, que “se alimentam fortemente da partilha de notícias dos jornais, difundindo-as gratuitamente e causando danos às empresas editoras da imprensa escrita, sem que as receitas que obtêm com base nas notícias sejam objeto de partilha com os órgãos de comunicação social”.

Dado não ter sido possível discutir atempadamente uma proposta de decreto legislativo regional sobre os apoios, e para que o tema entre na campanha para as eleições açorianas de 04 de fevereiro, os subscritores querem conhecer as ideias dos partidos sobre o tema e pedem uma audiência com os seus representantes, para expor pessoalmente as suas preocupações.

Entretanto, deixam já uma ideia: “Julgamos que os partidos que se estão apresentando ao escrutínio público nas próximas eleições regionais deveriam propor um acordo de regime quanto aos apoios à comunicação social regional, numa resposta unânime dos defensores de uma democracia plural e livre, onde se inclui o escrutínio feito pelos meios de comunicação social privados.”

Os signatários destacam que a sua situação é particularmente crítica devido à dimensão da região, que “torna muito difícil, para não dizer quase impossível, a rentabilização com base apenas no digital”.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

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