A Federação Agrícola dos Açores defendeu hoje que o próximo Governo Regional, formado após as eleições antecipadas de 04 de fevereiro, deve pensar em políticas sérias para o setor, “um dos pilares” da economia açoriana.

“A expectativa que os agricultores têm em relação ao próximo Governo é que quem vier a governar tenha sempre um sentido prático daquilo que representa a economia na região e a importância que cada setor tem. E, obviamente, que o setor agrícola é aquele que tem maior dimensão em termos económicos, sociais e até territoriais”, afirmou o presidente da Federação Agrícola, Jorge Rita.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente associativo defendeu que é preciso continuar a investir na agricultura, com grande retorno na economia, na fixação das pessoas nos meios rurais e impacto nos outros setores de atividade económica na região.

“É preciso continuar os investimentos nas infraestruturas, a nível dos matadouros, transportes e portos. São tudo situações infraestruturais que qualquer Governo que venha a seguir tem que ter sempre em mente”, defendeu, ainda, Jorge Rita.

O presidente da Federação Agrícola dos Açores considerou que o próximo Governo Regional não pode “nunca descurar” aquilo que “está protocolado e acordado em termos de parceria” e “não deixar desvanecer” a questão das ajudas ao rendimentos dos agricultores, “nem descurar” os investimentos e necessidades que a agricultura tem.

“Uma das grandes bandeiras dos Açores é a nossa agricultura. E, obviamente, quem governar a seguir tem de ter sempre essa situação em mente”, sublinhou.

Jorge Rita realçou o caminho percorrido pelo setor, alegando que “a agricultura está a dar saltos muito qualitativos na sua qualidade e na excelência dos seus produtos”, que acabam por potenciar também outros setores da atividade económica no arquipélago.

“O que nós desejamos e pretendemos é que quem vier a governar tem de por sempre a agricultura como um pilar fundamental da nossa economia, pela sustentabilidade económica, territorial, social e ambiental que causa”, vincou.

O presidente da Federação Agrícola dos Açores lembrou que a pandemia e a guerra causaram grandes implicações no rendimento dos agricultores, devido ao aumento dos custos de produção.

“E essa situação deve ser sempre compensada pelos orçamentos regionais, nacionais e europeus. E é esse trabalho que tem de ser feito sempre em articulação, para que os agricultores e o setor que representamos também não possam ser sacrificados por essa razão”, disse.

Num setor de atividade “tão importante como a agricultura”, Jorge Rita considerou que “não pode haver partes do setor demasiado penalizadas em termos económicos e até em termos sociais”, enquanto outros “estão numa situação muito confortável”.

Os Açores vão a votos em 04 de fevereiro, após a dissolução da Assembleia Legislativa Regional pelo Presidente da República, devido ao chumbo do Orçamento para este ano.

Às eleições regionais açorianas entregaram listas oito partidos individualmente – PS, Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Chega, Bloco de Esquerda (BE), Juntos pelo Povo (JPP), Iniciativa Liberal (IL), Livre e ADN – e três coligações: PSD/CDS/PPM, que governou o arquipélago nos últimos três anos, CDU (PCP e PEV) e Alternativa 21 (MPT e Aliança).

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