A secretária regional da Saúde dos Açores manifestou hoje disponibilidade para dialogar com os farmacêuticos do hospital de Ponta Delgada que apresentaram escusa de responsabilidades, garantindo que está prevista a contratação de mais quatro profissionais.

“Houve autorização para que se procedesse à contratação de mais quatro farmacêuticos hospitalares. Tem havido uma atenção que é necessária com o serviço de farmácia. Não se resolve tudo de um dia para o outro, mas também não posso aceitar as críticas de que nada foi feito ou que as pretensões dos farmacêuticos não foram acauteladas”, afirmou, em declarações à Lusa, a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi.

Segundo a delegada regional nos Açores da Ordem dos Farmacêuticos, Juliana Matos, todos os farmacêuticos em exercício de funções no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, apresentaram escusa de responsabilidade, alegando “falta de recursos humanos que põem em causa a sua atividade diária”.

Os profissionais alertaram ainda para “carências e falta de intervenções nos recursos físicos existentes e a degradação dos que [o HDES] já tem, e que condicionam o bom exercício farmacêutico”.

Questionada pela Lusa, a secretária regional da Saúde confirmou ter recebido um ofício na terça-feira sobre esta situação, mas disse ter ficado “surpreendida” por não ter havido um “contacto prévio com a tutela”.

“Tem sido apanágio da Secretaria um diálogo aberto e constante com todas as ordens e sindicatos de outras classes profissionais deste setor. Infelizmente, com a Ordem dos Farmacêuticos não foi esse o entendimento”, apontou.

Mónica Seidi disse que se reuniu “no imediato” com o conselho de administração do hospital e que pretende dirigir-se, na sexta-feira, a Ponta Delgada para se “reunir com todo o serviço de farmácia e com o conselho de administração para encontrar soluções”.

A governante admitiu a necessidade de obras no hospital, mas alegou que a situação resulta de um “abandono total” do governo anterior, que não acautelou a manutenção do edifício.

“No ano passado, houve uma pequena obra no serviço de farmácia. Neste momento, estão a decorrer obras para ampliação de salas de ambulatório, que servirão o apoio que é dado pelo serviço de farmácia ao ambulatório. Reconheço que há outras necessidades que têm de ser acauteladas, mas não conseguimos fazer tudo ao mesmo tempo, nem de um dia para o outro”, frisou.

Quanto à “câmara de preparação de medicamentos em específico para uma determinada área de atuação médica”, Mónica Seidi adiantou que a situação “já foi identificada” e que o hospital aguarda por um projeto de uma empresa especializada para “alterar as condições e garantir a segurança de quem lá trabalha e dos medicamentos que são lá preparados”.

Em resposta à Ordem dos Farmacêuticos, o conselho de administração do hospital revelou que no dia 29 de novembro foi deliberada “a abertura de um procedimento concursal para quatro vagas para a carreira e categoria de farmacêutico, estando em curso os trâmites necessários”.

“Durante o presente ano, não existiu a necessidade de prestação de horas extraordinárias pelos farmacêuticos”, acrescentou o HDES, na carta, a que a Lusa teve acesso.

Quanto aos recursos materiais, o hospital alegou que “todos os equipamentos solicitados foram adquiridos” e que “as obras pretendidas pelos serviços farmacêuticos estão em curso”.

Acrescentou ainda que as obras para a preparação de manipulados estéreis não citotóxicos estão “em avaliação” pelo conselho de administração, que “aguarda os esclarecimentos solicitados ao respetivo serviço”.

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