O líder do PS/Açores alertou hoje para a necessidade de envolver a classe piscatória em questões importantes para o setor, como a criação de reservas marinhas, alegando que as decisões não podem ser feitas “nas costas” dos pescadores.

“Há questões concretas relativas ao rendimento dos pescadores, à organização deste setor, aquilo que são medidas que estão propostas ou em vias de serem propostas e que são medidas que não podem ser realizadas e feitas nas costas dos pescadores”, disse Vasco Cordeiro.

O líder parlamentar do PS na Assembleia Legislativa Regional e antigo presidente do Governo Regional falava em declarações aos jornalistas, após uma visita ao Porto de Pescas de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

Para o líder regional do PS, “há necessidade de reforçar o diálogo e de reforçar a concertação para que todos estejam envolvidos e comprometidos” e “assim avançar com processos” de decisão.

“O que acho é que não pode ser feito nas costas dos pescadores. Os pescadores têm de ser os principais aliados desta questão”, vincou o presidente do PS/Açores, sublinhando que em causa está “a sustentabilidade futura” deste setor e “a sustentabilidade dos recursos naturais da Região”.

Mas, prosseguiu, “não se pode esquecer a componente do rendimento e da sobrevivência daqueles que estão na atividade e que terá um impacto significativo com aquelas propostas que se estão a falar”.

Na sua deslocação ao porto de pescas de Rabo de Peixe, Vasco Cordeiro apontou, ainda, a questão do rendimento dos pescadores, assinalando que “os dados estatísticos” constatam “uma diminuição do valor e do volume de pescado”.

“As questões relativas aos atrasos de pagamentos de apoios comunitários, o impacto que pode ter a questão das áreas marinhas protegidas, e tudo isto são matérias que não podem ser decididas, como têm sido até agora, nas costas dos pescadores”, acrescentou.

Em 23 de outubro, o presidente do Governo Regional dos Açores disse que a proposta de criação de reservas marinhas em 30% do mar da região deve dar entrada no parlamento açoriano “até ao final deste ano”.

“Se adiantarmos, como é nossa pretensão, até ao final deste ano, a definição científica, num diálogo participado com todos os ‘stakeholders’, estamos a liderar no mundo pelo exemplo”, referiu, na ocasião, o presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro.

 

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