O Governo dos Açores revelou hoje que os residentes no arquipélago vão deixar de pagar entrada nos museus da região devido a uma alteração ao funcionamento das instituições culturais que ficará concluída “muito em breve”.

“Nós estamos a preparar uma alteração da portaria 26 que rege o funcionamento dos museus. Dentro de muito em breve o que irá acontecer é que os residentes na região autónoma vão deixar de pagar ingresso na entrada dos museus”, declarou o diretor regional dos Assuntos Culturais.

Duarte Nuno Chaves falava na Horta, ilha do Faial, na apresentação do Diário de Bordo Cultura Açores, o novo projeto da Direção Regional dos Assuntos Culturais, que definiu como um “caderno que conta a história dos Açores através de cromos”, sendo que “cada cromo corresponde a uma peça de museu”.

O Diário de Bordo Cultura Açores “corresponde a um diário de viagem focado nos 22 espaços visitáveis e coleções associadas, pertencentes aos 10 serviços com funções museológicas existentes nas nove ilhas” da região, disse.

Segundo o diretor regional, vão existir selos para confirmar a presença de um visitante num museu, estando prevista a atribuição de prémios conforme a assiduidade.

Aquele diário, que também garante descontos na compra de produtos da Direção Regional dos Assuntos Culturais, vai atribuir selos de honra de bronze (aquando da visita a seis espaços culturais), de prata (após visitar 10 espaços) e de ouro (22 espaços).

“A partir de hoje, este Diário de Bordo está disponível nos oito museus regionais, no Arquipélago – Centro de Arte Contemporânea, na loja Cultura Açores em Angra do Heroísmo e dentro em breve no Ecomuseu do Corvo, correspondendo o seu preço de venda ao valor de cinco euros”, vincou.

Para o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), a iniciativa vai ao encontro da estratégia do executivo em “valorizar a unidade” arquipelágica dos Açores.

“A juventude de hoje é a mais qualificada de sempre e tem especial carinho por visitar museus. Não se trata de um problema ou dever imposto pelo currículo escolar. É mesmo um gosto. Mesmo enquanto turistas no exterior, também metem no seu roteiro a visita a estes espaços. Porque não o devemos fazer entre nós?”

José Manuel Bolieiro realçou que a natureza é um ativo para posicionar a região enquanto destino turístico, mas salientou que cada uma das ilhas açorianas tem “também um ativo cultural e identitário”.

“O entendimento do governo é que, olharmos os Açores sem considerar a açorianidade, é diminuir a nossa potencialidade e a nossa responsabilidade. Quero, sobretudo, ampliar a nossa responsabilidade e a nossa identidade”, concluiu.

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