Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Admito que só uns poucos notem, por dever do ofício, o corrupio que vai na praça. Nem parece que é verão e muito menos parece que as eleições ainda estão à distância de uns avantajados catorze meses. Falta 30% da legislatura e já há gente esbaforida, de tanta visita fazer e notas de imprensa produzir, mais as inevitáveis publicações em tudo o que é rede social. Encapotadamente, entrámos em campanha eleitoral e devemos temer o pior, que está para vir.

Duvido da pressa e, portanto, da eficácia e resultado do esforço. A malta está virada para banhos, touradas, churrascos, festivais e toda a sorte de divertimento, indiferente, ou pior do que isso, diabolizando qualquer interrupção nos folguedos. Como diria Augusto Abelaira, digerida e excrementada, a coisa fica tal e qual como está. Aliás, nalguns casos até faz erosão. E na contabilidade eleitoral, como em muitas coisas da vida, o que se tira num lado acrescenta-se no outro, alguém há de ficar a ganhar.

Não creio que possa ser muito ajuizado exigir hoje o que ontem não se fez. Não é preciso ser especialista ou muito letrado para perceber e facilmente identificar o desbragado insulto que é à nossa inteligência, por exemplo, acusar um atraso de meses numa obra, prometida e esperada há 23 anos (!) e que não chegou a arrancar na governação socialista. Onde está o tino desta gente?

De pouco vale o rosário de lamentações, proclamadas por diabinhos vestidos de anjinho e que fingem saber o catecismo de cor, salvo o seu efeito de higienização. Reconheça-se, por isso, a virtude e utilidade do dito corrupio.

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