O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado (STRN) reivindicou hoje medidas urgentes para resolver a “calamidade” que se vive nas conservatórias de São Miguel, Açores, devido à falta de pessoal e de condições de trabalho.

“É uma situação dramática ao nível dos recursos humanos a que acresce que a maior parte das instalações estão complemente degradadas”, afirmou o presidente do sindicato, Arménio Maximino, em declarações à agência Lusa.

Segundo o sindicalista, a falta de recursos humanos é “verdadeiramente calamitosa” e a situação já “ultrapassou o limite do que é suportável”.

“Estão previstos nos mapas de pessoal das respetivas conservatórias de São Miguel 92 profissionais e, neste momento, apenas estão a trabalhar 34. Faltam 58 profissionais. Os números falam por si. É impossível qualquer organização funcionar corretamente”, criticou.

Arménio Maximino alertou também que a falta de meios “penaliza a saúde dos trabalhadores”, existindo 12 funcionários com baixas médicas prolongadas, “o que significa que o efetivo de pessoas a trabalhar em São Miguel cobre apenas 20% das necessidades”.

“Isso significa a falência das responsabilidades do próprio Estado, que assim nega serviços essenciais às populações”, acrescentou.

O presidente do STRN lamentou ainda a inexistência de instalações adequadas que permitam a “privacidade” dos cidadãos e a falta de atualização dos equipamentos.

“O governo apregoa ferraris, mas o que existe nas conservatórias para trabalhar são verdadeiro ferro-velho: computadores com mais de 20 anos e aplicações informáticas ‘jurássicas’, igualmente com mais de 20 anos”, exemplificou.

Por isso, defendeu, são necessárias medidas “urgentes” para resolver a “calamidade” das conservatórias na maior ilha açoriana.

“O que é preciso é que o governo adote as medidas de caráter urgente e que são necessárias para colocar cobro a esta calamidade”, salientou.

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