O secretário da Agricultura dos Açores reiterou hoje que não foi pedido ao Governo da República para atrasar pagamentos por parte do Instituto de Financiamento da Agricultura e das Pescas, tendo estes sido mesmo antecipados aos agricultores açorianos.
Em resposta na Comissão de Economia da Assembleia Legislativa Regional, na sequência de uma audição solicitada pelo PS/Açores, António Ventura, questionado por Patrícia Miranda (PS) sobre quando feito o pedido ao ministério da Agricultura para que as verbas não fossem realizadas, considerou que as declarações da ministra “não resultam da verdadeira realidade”.
“Das datas anunciadas pelo IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e das Pescas, qual é que foi a data solicitada [pelo Governo dos Açores] para atrasar os pagamentos?”, questionou o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Em 19 de julho, sobre os pagamentos aos agricultores nos Açores, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, recusou que haja atrasos do IFAP e disse que foi o Governo Regional que pediu que não houvesse transferências para já, pelo que está do lado dos Açores “fazer os pedidos e o IFAP imediatamente disponibilizará toda a verba”.
“O Governo [Regional] pediu-nos para não fazermos nenhum tipo de transferência porquanto não tinha condições para poder assegurar esses pagamentos”, explicou a ministra, na altura, na Comissão de Agricultura da Assembleia da República.
Questionado hoje, de novo, pelos deputados do PS/Açores sobre se possui um ofício ou email a fazer este pedido de atraso no pagamento das verbas aos agricultores, António Ventura respondeu que “todos os agricultores receberam mais cedo do que as datas previstas e receberam mais do rateio”.
“Qual foi o agricultor que não recebeu nestas datas [do calendário definido pelo IFAP]?”, questionou.
António Ventura considerou ser “abusivo por parte da ministra da Agricultura lançar esta suspeição quando todas as datas foram cumpridas”, mas ressalvou ter sido “abusivo [da sua parte] chamar-lhe mentirosa no parlamento [dos Açores]”.
O governante, destacou, por outro lado, que “não há qualquer atrito” na relação entre responsáveis da Agricultura nos Açores e o IFAP, “porque esta é a nível técnico e administrativo”, sendo que a ministra “quis criar um caso político”.
O deputado socialista Carlos Silva voltou a insistir na questão e perguntou se “as afirmações [da ministra da Agricultura] correspondem ou não à verdade”, ressalvando que esta posição “não foi desmentida pelo Governo dos Açores” na altura em que foi assumida.