Alexandra Manes, Dirigente e deputada do BE/Açores

É recorrente utilizarmos a expressão “erro crasso” para qualificar uma atitude que não surtiu o efeito e o sucesso desejado, sem que ponderemos naquilo que estamos a dizer e sem que conheçamos a sua origem.

Na semana passada, escrevi acerca do primeiro Triunvirato da Roma antiga, quando os generais César, Pompeu e Crasso se uniram, apresar de todas as suas diferenças e ambições pessoais, para governar o Império Romano e a forma como era possível traçar um paralelismo entre os comportamentos dos generais e dos atuais líderes do PSD, CDS e PPM, que se coligaram, em 2020, para governar os Açores.

Ora, a expressão “erro crasso” tem origem exatamente no primeiro Triunvirato, da Roma antiga, quando Crasso, um habilidoso e reconhecido político, teve a ideia de atacar de forma desorganizada os Partos (povo persa que ocupava grande parte do Oriente Médio).  Mesmo sabendo da superioridade numérica das suas sete legiões, optou por um caminho apertado e com pouca visibilidade.

Crasso teve pressa, queria chegar rápido ao inimigo. Queria o topo e acabou sofrendo uma derrota militar, política e pessoal, perante os romanos e, essencialmente, perante César e Pompeu.

Bolieiro, em 2020, criou o Triunvirato dos Açores, unindo-se a Lima e a Estêvão, procurando o Iniciativa Liberal e o chega para reforçar o seu batalhão, e assim, comandar os Açores.

No entanto, Bolieiro comete erro atrás de erro. Na tentativa de equilibrar os ânimos dos seus companheiros, cede ao IL e implemente a dívida 0 que já se percebeu ser uma condicionante a investimentos urgentes na nossa região. Cede ao chega e faz do seu governo “transformista”, o governo da exclusão social. Cede a Lima e, em vez de corrigir o facto de a população residente nos Açores ter uma esperança média de vida menor em comparação com a restante população do território nacional, embarca na campanha do CDS para a reforma antecipada, na nossa região. Cede ao PPM e legitima a apanha de lapas em período de defeso para que o secretário brilhe entre os mordomos do Faial.

Bolieiro é, sem dúvidas, o “Crasso” deste Triunvirato e só ele não o quer perceber. Enquanto isso, é assistir ao definhar do PSD e à campanha eleitoral do CDS.

A pobreza, esta…é a maior vencedora.

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