O presidente do Governo Regional dos Açores considerou hoje que a possibilidade de a região acolher um Observatório Climático é uma “excelente notícia” por reforçar a sua importância geoestratégica nesta matéria.

José Manuel Bolieiro recebeu hoje em audiência o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), José Guerreiro, no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada.

No final do encontro, José Guerreiro disse aos jornalistas que o IPMA tenciona desenvolver um Observatório Climático nos Açores “face à posição privilegiada” da região.

Para o presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) a intenção é considerada uma “excelente notícia”, pois dará “mais um reforço no posicionamento e na importância geoestratégica dos Açores” ao nível da ciência e também para o acompanhamento dos fenómenos das alterações climáticas e dos fenómenos extremos da Natureza.

“E a informação que podemos partilhar e dar com relevância para o mundo inteiro. Não apenas para o país, não apenas para a União Europeia, mesmo para o mundo, tendo em conta esta geocentralidade [a] que pertencemos”, justificou.

O presidente do IPMA considerou que o projeto do Observatório Climático “pode ser um instrumento extremamente importante em termos daquilo que é o estudo das alterações climáticas na região do Atlântico, de que os Açores podem ser um pivô”.

José Manuel Bolieiro disse também aos jornalistas que ficou satisfeito com o cronograma e com o plano de investimento e de ação “que o IPMA tem para com a Região Autónoma dos Açores”, destacando a instalação de dois radares meteorológicos, um em São Miguel e outro nas Flores.

A instalação dos radares, disse, cria “condições ótimas” para os Açores serem no futuro “uma referência de dados de precisão mais fidedignos” no Atlântico Norte e também “para a região, para o país e até mesmo para a América”.

Ainda segundo José Manuel Bolieiro, o investimento, apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), poderá ficar concretizado até ao final do ano, com a instalação das torres, prevendo-se que o pleno funcionamento ocorra “até final do primeiro semestre de 2024”.

O chefe do executivo açoriano disse, ainda, que no domínio da ciência, é “muito importante” que os Açores tenham “uma posição geoestratégica de excelência no quadro nacional e europeu”.

Por outro lado, acrescentou, o Governo Regional está a dar contributos para que seja uma referência na salvaguarda das populações, acompanhamento das alterações climáticas e previsão e vigilância dos fenómenos extremos da Natureza.

Relativamente às intenções manifestadas pelo presidente do IPMA sobre objetivos a alcançar na área da aeronáutica, José Manuel Bolieiro disse ter ficado “muito satisfeito”, reconhecendo, igualmente, o apoio do instituto na crise sismovulcânica de São Jorge, em 2022, “para aportar ciência ao bom fundamento das decisões políticas e de proteção civil”.

“Contamos, também, que haja uma boa cooperação e podermos ser igualmente proativos, na excelente cooperação a potenciar entre o CIVISA [Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores] e o IPMA, na partilha de dados, conhecimentos, de acordo com a capacidade instalada de cada uma das instituições”, insistiu o presidente do Governo Regional dos Açores.

PUB