A secretária da Educação e Assuntos Culturais do Governo dos Açores nomeou hoje para chefe de gabinete a ex-adjunta Ana Cláudia Veríssimo, após a demissão do anterior titular do cargo, alvo de uma queixa por ameaça.
Segundo a nomeação, publicada hoje em Jornal Oficial da região, Ana Cláudia Veríssimo, até aqui adjunta da secretária da Educação e Assuntos Culturais, vai passar a ser chefe de gabinete de Sofia Ribeiro.
Ana Veríssimo é licenciada em Relações Públicas e Comunicação pela Universidade dos Açores e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa.
As mudanças na secretaria regional acontecem depois de o escritor Joel Neto ter apresentado, na segunda-feira, queixa contra o então chefe de gabinete de Sofia Ribeiro, acusando-o de ameaças após o lançamento de um livro sobre a pobreza na região.
Segundo a queixa entregue no Departamento de Investigação e Ação Penal de Angra do Heroísmo, a que a agência Lusa teve acesso, o autor diz ter sido alvo de ‘ciberbullying’, através do envio de uma “série de mensagens hostis, que incluíram uma longa lista de acusações e insultos, concretizada com uma ameaça expressa” por parte de António Bulcão, que chefiava o gabinete da secretária regional da Educação e Assuntos Culturais.
Na quarta-feira, António Bulcão demitiu-se do cargo, segundo revelou o próprio à agência Lusa.
“Apesar de nunca me ter dirigido ao senhor Joel Neto como chefe de gabinete, não me posso esquecer da função que tinha, nem de todo o aproveitamento político que foi feito e que continuaria a ser feito se eu me mantivesse neste cargo”, declarou António Bulcão.
O caso levou o BE e o presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, a exigir esclarecimentos ao Governo Regional.
Em declarações à RTP Açores, ainda antes da demissão de António Bulcão, o presidente do Governo Regional dos Açores, o social-democrata José Manuel Bolieiro, escusou-se a fazer comentários, alegando que não compete ao executivo pronunciar-se sobre questões pessoais.
José Manuel Bolieiro ressalvou, contudo, que o Governo Regional “não compactua com quaisquer limitações à liberdade”.