O PS/Açores acusou hoje o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) de “asfixiar a cultura” da região, por estar a reduzir de “forma drástica” os apoios ao setor e às instituições, além de existirem atrasos na planificação das ajudas.

“O que se passa é que o próprio Governo Regional tem asfixiado a cultura da região, em vez de ser o promotor, de apoiar a cultura da região, até porque não concebemos o tão desejado turismo sem que essa cultura tenha a sua força”, afirmou o deputado socialista Rodolfo Franca, à saída de uma reunião do grupo parlamentar com a direção do grupo de teatro Alpendre, na ilha Terceira.

De acordo com o parlamentar do PS na Assembleia Legislativa, desde há três anos que “têm decrescido de forma drástica” os apoios para a dinamização de eventos e até os próprios agentes culturais da região “não tem sido ouvidos” pelo executivo açoriano.

“As verbas têm sido cada vez menores. No ano de 2020 houve uma execução de quase 90 e tal por cento de 2,7 milhões de euros. Agora estamos com uma previsão de menos de dois milhões de euros. Quanto à execução, não nos parece que chegue a metade, até porque não vemos uma intenção do Governo, com seriedade, em ajudar este tipo de instituições”, afirmou Rodolfo Franca.

Outro problema, acrescentou, têm existido atrasos na planificação dos apoios.

“Estamos em julho, a um mês do festival internacional de folclore dos Açores. Estamos a três meses do Angra Jazz e há todo um conjunto de agentes culturais que aguardam por saber que apoios terão direito para 2023 para poder planificar”, constatou o deputado.

O parlamentar defendeu ainda que a instabilidade ao nível governativo, nomeadamente com “as sucessivas alterações de diretor regional”, provocam também um “desastre” na cultura nos Açores.

“Só o facto de transformar uma direção regional da Cultura em direção regional de Assuntos Culturais demonstra qual a importância que o atual Governo Regional dá à cultura. E, só por isso, já se consegue perceber o que vai na cabeça dos nossos governantes relativamente à cultura”, sustentou.

O deputado admitiu, por isso, que o regime jurídico de apoio às atividades culturais precisa de ser revisto, desejando que o Governo açoriano “leve a sério” a cultura.

“Quando visitamos grupos de trabalho amador que têm quase 50 anos de existência e que dizem que não têm apoio absolutamente nenhum do Governo e que só têm apoio da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e que se não fosse este apoio já não existiriam, isto deixa-nos tristes, porque sentimos que o caminho é o do fim”, apontou.

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