O presidente do PS/Açores desafiou hoje o Governo Regional a “assumir responsabilidades” e apoiar os agricultores, rejeitando a existência de falta de solidariedade nacional após a exclusão da região dos apoios nacionais ao setor.

Questionado pelos jornalistas sobre a não inclusão dos Açores nos apoios criados pelo Governo da República para a agricultura, Vasco Cordeiro afirmou que aqueles subsídios são suportados por impostos e não por fundos europeus, lembrando que, nos Açores, os impostos “são receita da região”.

“Por que razão o Governo Regional também não mobiliza essas verbas para apoiar?”, interrogou.

Na sexta-feira, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) criticou a exclusão dos agricultores da região dos apoios nacionais para o setor, criados devido à guerra na Ucrânia e à subida dos custos de produção, apelando à “solidariedade nacional”.

Um dos apoios é um “auxílio estatal em apoio da economia na sequência da agressão da Ucrânia pela Rússia” e o outro é uma “medida extraordinária de apoio aos agricultores do continente, destinada a mitigar o efeito da subida dos preços dos custos de produção para o ano de 2023”.

Vasco Cordeiro, que falava hoje após uma reunião com a Câmara do Comércio de Ponta Delgada, rejeitou a existência de falta de solidariedade nacional, recordando várias situações em que os Governos da República não apoiaram a região, como em 2002, na reconstrução do Faial após o sismo, e em 2015, devido ao mau tempo.

“O que é preciso é um Governo [Regional] que governe e assuma a responsabilidade de resolver o problema das pessoas com as verbas que tem e que são suas e não um governo que apenas se queixa”, declarou.

A 24 de março, o Governo anunciou que iria atribuir este ano um apoio de 140 milhões de euros à produção agrícola, que seria destinado, de forma direta, aos produtores agrícolas para fazer face ao aumento dos custos de produção.

Também na sexta-feira, a Federação Agrícola dos Açores (FAA) considerou “claramente discriminatório” o facto de a região ficar de fora das medidas para a estabilização de preços dos bens alimentares, publicadas em Diário da República.

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