O Chega/Açores alertou hoje para “o possível encerramento” da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores, tendo em conta o arrastar de “conflitos” na corporação, e questionou o Governo Regional sobre a situação.

Em setembro de 2023, os bombeiros de Santa Cruz das Flores elegeram uma nova direção, após cerca de um ano de conflitos entre a corporação e a anterior direção e o comando operacional, segundo adiantou na ocasião, à Lusa, o novo presidente, Ricardo Vieira.

A direção foi empossada após se terem realizado três atos eleitorais, sendo que apenas no último foi apresentada uma lista.

Alguns meses mais tarde, a corporação de bombeiros e a direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores entraram em conflito, tendo surgido vários processos disciplinares.

Mas, já antes, em 2022, demitiram-se três dirigentes da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores, na sequência de um conflito na instituição.

Hoje, num requerimento enviado à Assembleia Legislativa Regional, o Chega manifesta preocupação com o possível encerramento da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores, considerando que a situação pode colocar “em causa o auxílio à população, o serviço prestado no aeródromo e as evacuações médicas”.

O Chega recorda que “no último ato eleitoral houve duas convocatórias que ficaram desertas, sem que fossem apresentadas listas para presidir à Associação Humanitária”.

E, acrescenta o partido, “corre-se o risco de no próximo ato eleitoral voltar a não haver listas para a direção”.

“Em causa está o facto de o presidente da direção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores estar suspenso de funções por decisão do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores e a atual direção estar demissionária, devido a conflitos e queixas formais contra o comandante da corporação”, aponta o partido.

No requerimento, os parlamentares do Chega no parlamento açoriano questionam “qual tem sido a intervenção do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores na mediação do conflito existente” nos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores “e o papel da tutela na gestão” das divergências “entre comandante, operacionais, direção e Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores que já se arrasta há demasiado tempo”.

Caso não sejam apresentadas listas concorrentes à direção da associação de bombeiros voluntários de Santa Cruz das Flores “existe o risco de a mesma encerrar”, questionam ainda os deputados, que querem saber como fica assegurado o auxílio à população, o serviço prestado no aeródromo e as evacuações médicas.

Citado na nota enviada, o líder parlamentar do Chega/Açores, José Pacheco, considera estar-se perante uma situação “muito grave”, lembrando que aquela a “associação de bombeiros é única na ilha das Flores”.

Neste sentido, defende que “é preciso ser acautelada a continuidade deste serviço aos florentinos e devem ser dadas explicações, por parte da tutela e do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, acerca dos conflitos que se têm arrastado no tempo naquela corporação”.

Em setembro de 2023, e em declarações à Lusa, o presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores afirmou que a eleição de uma nova direção foi possível, porque se conseguiu reunir “uma equipa de sócios que gostam daquela casa [bombeiros]”.

 

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