Vai uma gritaria na praça por causa da falta de professores. Tem razão quem protesta, principalmente em se tratando de pais e de quem valoriza a Escola e vê nela um verdadeiro fator de progresso. Têm razão também os próprios professores, porque sentem a degradação das suas condições de trabalho em resultado de tal escassez.
Propositadamente excluí dos legítimos protestantes certos partidos da Oposição, mais precisamente quem nos governou durante 24 anos. Com todo o despudor o PS reclama por mais professores, sem que nada tenha feito para acautelar, por exemplo, a reforma de 319 docentes no período de 2020 até ao final do corrente ano, e outros abandonos da rede pública de ensino, por vontade própria ou circunstâncias da vida. Pelo contrário, ouvíamos com insistência a argumentação socialista da redução da natalidade para justificar a inoperância e acomodação face às reais (e previsíveis) necessidades da Escola Pública.
Sabemos que a formação de um professor demora, no mínimo, cinco anos. Portanto, é absurdo acusar a atual governação de não prover o preenchimento de todos os horários, como se isso se fizesse com um pequeno truque de magia. Na verdade, até está a fazer muito naquele domínio.
Os incentivos à fixação de professores nas nossas ilhas são, assim, determinantes para ultrapassar este problema, antes de ele se tornar estrutural. E toda a sociedade tem de se envolver na tarefa, inclusivamente os municípios. O exemplo vem de fora, de Cascais, cuja câmara vai colocar à disposição dos professores deslocados mais de uma centena de alojamentos…