O porta-voz do PAN/Açores, Pedro Neves, faz “um balanço bastante positivo” da sua eleição nas legislativas regionais, permitindo que permaneça deputado na assembleia regional, e remeteu o posicionamento no quadro parlamentar para a direção regional do partido.

“Foi um balanço bastante positivo, aliás, a nossa expectativa durante esta noite não foi das melhores, temos que esperar sempre até à última freguesia, mas ainda bem que havia pessoas do nosso lado que sempre nos motivaram a dizer que era possível, ainda era possível, e conseguimos”, afirmou Pedro Neves, num comentário aos resultados do partido nas eleições regionais açorianas de domingo.

Após o fecho das urnas, numa projeção à boca das urnas da Universidade Católica para a RTP, a Iniciativa Liberal (IL), o Bloco de Esquerda (BE), o PAN (Pessoas-Animais-Natureza) e a CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV) obtiveram os mesmos resultados, entre 1% a 3%, podendo não eleger ou conseguir no máximo um mandato.

Pedro Neves, que era também cabeça de lista pelo círculo de São Miguel, acabou por ser eleito pelo círculo da compensação, resultante da soma dos votos não utilizados nos círculos de ilha.

O eleito do PAN considerou que a manutenção do deputado do partido na assembleia regional “faz totalmente a diferença”.

“Nós fazemos uma política diferente, demonstramos isso há três anos (…) e nós queremos ter mais quatro anos para fazer essa política diferente e para continuar a ser o partido com mais iniciativas aprovadas”, frisou.

Em relação ao posicionamento do PAN na futura assembleia regional, privilegiando o diálogo à esquerda ou à direita, Pedro Neves respondeu que, neste momento, não pode “dizer absolutamente nada” porque vai “reunir com a direção regional”.

“Vamos analisar os resultados de todos os partidos e daí obviamente verificamos se o PAN fez a diferença, ou não, em termos da assembleia regional, mas, para nós, aquilo que é mais confortável sem dúvida que é a oposição, eu sempre o disse”, salientou o eleito.

“Mas, é a direção regional que decide, não sou eu sozinho”, vincou, acrescentando que não pode avançar com “suposições ou especulação daquilo que poderá acontecer e qual é a decisão do PAN/Açores relativamente àquilo que é o quadro da assembleia regional”.

O PAN obteve 1.907 votos (1,65%), segundo os resultados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, tendo sido a sexta força mais votada, numa eleição vencida pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, com 48.668 votos (42,08%), que, com 26 mandatos na assembleia regional, ficou a três deputados da maioria absoluta.

Em 2020, o PAN obteve 2005 votos (2%) e um mandato, numa eleição que o PS venceu, mas sem maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após a coligação PSD/CDS/PPM ter assinado acordos de incidência parlamentar com o Chega e a Iniciativa Liberal (que o rompeu em 2023).

 

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