As instalações desportivas na ilha São Miguel, são motivo de grande apreço pelos açorianos e um belo exemplo de como investir em um estilo de vida mais saudável. Em uma ilha que une uma natureza rica a uma cultura desportiva, essas estruturas evoluíram com o tempo, mas nem sempre oferecem as melhores condições para atletas e níveis de competição.
Desde os campos de futebol com relvado natural (de baixa qualidade) e relva sintética (muito usada), até as poucas pistas de atletismo com pouca manutenção, as instalações de São Miguel neste momento não estão prontas para grandes eventos, pelos motivos já citados.
Lembro que, se o Santa Clara SAD, jogando as competições europeias nesta temporada, passar de fase, pode não conseguir jogar em São Miguel. Por que chegamos a este ponto?
O simples adepto ao ir a um jogo da 1ªLiga e precisar usar as instalações sanitárias, encontra “casinhas” que parecem ter voltado no tempo, e vejo um estádio que precisa urgentemente de reformas. Olhando para a arquibancada, faltam cadeiras, o que causa uma má impressão para quem nos visita e assiste aos jogos pela TV.
Construir uma instalação desportiva pode ser fácil: criar o projeto, escolher o local, obter as licenças, cabimento financeiro e colocá-la à disposição da comunidade. O que me preocupa é o que vem depois, a sua manutenção ao longo dos anos. Com o uso, a instalação se deteriora por falta de manutenção anual. Será que nossos governantes cuidam de suas casas, não fazendo a manutenção necessária para preservar seu patrimônio?
Investir na manutenção e modernização dessas estruturas deve ser prioridade para o Governo Regional, que já que reconhece o papel essencial do desporto na formação de cidadãos mais saudáveis, disciplinados e socialmente integrados. Além disso, as instalações servem de palco para várias competições regionais, nacionais e até internacionais, colocando São Miguel no cenário do desporto de alto nível.
Os pavilhões, equipados com tecnologia moderna, são ideais para treinos e jogos, promovendo a saúde física e mental dos usuários não tenho dúvidas. Muitas vezes, isso não acontece. Lendo a imprensa local, vi que os jogos das equipes feminina e masculina do Clube K foram transferidos do pavilhão da Fajã de Baixo para o Pavilhão Desportivo das Laranjeiras por “exigências regulamentares” dos campeonatos da I Divisão de voleibol. Se houvesse mais cuidado na construção, o clube não passaria por isso, mas provavelmente faltou dinheiro para fazer melhor, talvez por falta de apoios institucionais.
Recordo, por exemplo, que o piso de tacos de madeira no pavilhão Sidónio Serpa permanece o mesmo desde sua abertura, e já lá vão mais de cinquenta anos e já não é o adequado para treinos e jogos da Liga Feminina de Basquetebol. O impacto físico que as atletas do CU Sportiva sofrem devido aos treinos diários e jogos é desgastante. Este pavilhão passou por algumas reformas ao longo dos tempos, algumas foram exigidas por regulamentos da Federação Portuguesa de Basquetebol e outras por pura necessidade da cobertura e iluminação.
Em síntese, os equipamentos desportivos de São Miguel constituem um bem precioso, para o desporto, impulsionando o bem-estar dos atletas e a reputação da região no cenário desportivo nacional e global, sendo imprescindível o investimento na sua modernização e, principalmente, a sua manutenção atempada que tem muitos custos.