O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, disse hoje que respeita a autonomia das decisões dos órgãos nacionais dos partidos sobre a saída do PPM da coligação da Aliança Democrática no continente e na Madeira.
“Como vi com bons olhos o projeto político assumido nas eleições legislativas nacionais de 2024 [com a coligação PSD/CDS-PP/PPM], também veria, devo dizê-lo, em 2025, mas respeito a autonomia das decisões dos órgãos nacionais dos respetivos partidos”, afirmou José Manuel Bolieiro à agência Lusa.
O PSD e o CDS-PP fizeram publicar hoje em jornais diários que a coligação no continente e na Madeira se irá designar por “AD – Aliança Democrática – PSD/CDS”, e nos Açores repetirá a fórmula usada em anteriores sufrágios “PSD/CDS/PPM”.
Nos Açores, os três partidos concorreram coligados às eleições regionais de 2024 e suportam o executivo regional liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.
Sobre a decisão tomada pelos órgãos nacionais relativamente à saída do PPM da AD e a sua manutenção nos Açores, Bolieiro referiu que tal corresponde à “autonomia de decisão dos órgãos nacionais” relativamente aos decisores na Região Autónoma dos Açores.
“Tantas vezes tenho dito que as nossas opções estratégicas obedecem à nossa autonomia, enquanto estruturas partidárias, nos Açores. (…). Desta vez aconteceu com o PPM. A estrutura regional do PPM tem uma clara afirmação no nosso projeto conjunto do PSD/CDS e PPM para afirmarmos, como aliás, afirmamos, uma alternância governativa nos Açores e, agora, um projeto político governativo de sucesso”, afirmou.
A nível nacional “não é essa a opção”, apontou, salientando, no entanto, que a mesma “não interfere nada” com o projeto político nos Açores, onde a coligação PSD/CDS-PP/PPM suporta o executivo regional.
Bolieiro não acredita que a saída do PPM da AD no continente e na Madeira interfira nos resultados eleitorais das eleições legislativas, porque o povo, “como sempre, sábio, saberá decidir”.
O líder do PSD/Açores, que também lidera o Governo Regional, referiu ainda que os Açores mantêm a coligação PSD/CDS-PP/PPM com garantia de estabilidade e fiabilidade no projeto político, com base em “muito diálogo e muita concertação”.
Na quarta-feira à noite, os Conselhos Nacionais do PSD e do CDS-PP aprovaram uma coligação pré-eleitoral entre os dois partidos para as eleições antecipadas de 18 de maio, sem o PPM, ao contrário do que aconteceu nas legislativas e europeias de 2024.
Na quinta-feira, o PPM ameaçou avançar com uma providência cautelar no início da próxima semana para impedir o uso da designação “Aliança Democrática” pela coligação PSD/CDS-PP, alegando estar a ser “gravemente lesado”.
Os monárquicos revelaram que, antes das negociações falhadas com sociais-democratas e centristas para uma nova coligação para as próximas legislativas, alertaram os dois partidos para a possibilidade de registarem a marca “Aliança Democrática” em coligação com outro partido, mas optaram por não o fazer por razões éticas.
Hoje, no anúncio publicado nos jornais, PSD e CDS-PP comunicam a decisão de concorrerem em coligação eleitoral em todos os círculos eleitorais do território continental, da Região Autónoma da Madeira e para os círculos eleitorais da Europa e Fora da Europa usando a denominação “AD – Aliança Democrática – PSD/CDS” e os símbolos dos dois partidos.
Num anúncio separado, PSD, CDS-PP e PPM informam que concorrerão coligados na Região Autónoma dos Açores com a denominação “PSD/CDS/PPM”.
Na quarta-feira à noite, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, defendeu que, “do ponto de vista jurídico, formal, constitucional” não haveria nenhum problema em que os dois partidos usassem a sigla AD.