Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Há gente que leva a vida sem direção, perdida entre dúvidas e oportunidades que nunca verdadeiramente agarra, por mais dádivas e cargos que lhe caiam no regaço. E não há milagres quando assim é, sejam cravos ou rosas a desfolhar manto abaixo, nas sucessões hereditárias estranhamente toleradas no nosso Estado republicano.

Sem esforço relevante e mérito comprovado para ascender à função, sobra à fraca gente deixar-se levar ao sabor da corrente. Mas como diria o padre António Vieira, pregador que por estas ilhas passou no atribulado regresso ao reino, quem navega com cerração perde-se cegamente ou em Sila ou em Caríbdis.

Atirados para a Oposição, os socialistas tardam a encontrar o rumo, a assumir a condição de partido alternativo, com crítica séria e propostas diferentes, com gente idónea e competente.

Não basta apontar supostos errossó por discordar da opção. É preciso indicar a alternativa, e depois comprovar a sua validade financeira e utilidade social, dizer para onde devemos ir. E também comprometer-se com os bons caminhos trilhados pela governação, mesmo que ousados, ou desafiadores dos limites da Autonomia, como é o caso da proposta de lei que antecipa a idade da reforma dos açorianos.

Inexplicavelmente, o PS não votou a favordesta medida, não se quis comprometer com a possibilidade de os açorianos se reformarem dois anos e sete meses mais cedo, sabendo que esse tempo equivale precisamente à diferença da nossa esperança média de vida, comparativamente à média nacional.

Aquilo que é bom para os açorianos nem sempreserá bom para o PS.

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