O PAN/Açores alertou hoje para o crescimento de movimentos antidemocráticos que promovem a xenofobia e o racismo, defendendo uma aposta na educação e um combate à desinformação, porque as “condenações verbais já não são suficientes”.

“Vislumbram-se tempos sombrios com o ressurgimento de ideologias que julgávamos mortas, definitivamente desacreditadas e enterradas no caixote de lixo da história. Assiste-se ao crescimento de movimentos antidemocráticos, portadores de mensagens xenófobas e racistas, que perseguem, sobretudo, minorias étnicas”, afirmou o deputado único do PAN numa declaração política durante o plenário da Assembleia dos Açores, na Horta.

Pedro Neves avisou que os partidos têm de “agir”, sob pena de serem “acusados de miopia política”, defendendo ser necessário “insistir na aprendizagem democrática da tolerância, empatia e respeito pelos direitos humanos”.

“Tão importante como recordar é insistir na edução das gerações presentes e futuras sobre as causas do racismo e de outras ideologias racistas e xenófobas. A educação é o caminho para a prevenção. Urge combater a desinformação e a falsa informação”, afirmou.

O deputado do PAN destacou, também, que os discursos de ódio “não podem ser vistos como uma mera opinião”, tratando-se de “comportamentos que não podem nem devem ser camuflados”.

“As condenações verbais já não são suficientes. Temos de ter ações concretas”, reforçou.

Da parte do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), o secretário dos Assuntos Parlamentares assegurou “todo o empenho” do executivo em “combater a xenofobia e o racismo” e enalteceu a importância dos imigrantes para o desenvolvimento da região.

“O combate ao racismo e xenofobia deve ser algo que todas as instituições democráticas devem ter como prioridade”, sublinhou Paulo Estêvão.

O líder parlamentar do PSD, Bruto da Costa, apoiou a posição do PAN e destacou o papel da educação para combater os movimentos antidemocráticos.

A socialista Andreia Cardoso considerou “preocupante” a “desvalorização” dos discursos racistas, xenófobos e misóginos, lamentando que esses discursos também aconteçam na Assembleia Regional.

“Não estamos alheios a esta situação e por isso faz todo o sentido que os assuntos sejam aqui trazidos”, destacou a líder parlamentar do PS/Açores.

Já José Pacheco, do Chega, assinalou que também existe um “ódio contra a democracia de que o Chega é vítima” e advogou que “todo o ódio é censurável”.

O monárquico Paulo Margato avisou que a “intolerância não só é uma ameaça à democracia, mas à dignidade humana” e o liberal Nuno Barata disse “assinar por baixo” a declaração política do PAN.

Também o deputado do BE, António Lima, defendeu que o assunto merece um “debate profundo e sério”.

O parlamento dos Açores, com sede na Horta, na ilha do Faial, é composto por 57 deputados, 23 dos quais da bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.

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