A IL/Açores alertou hoje para a falta de falta de coragem para “implementar mudanças estruturais”, acusando o Governo Regional de “priorizar agendas partidárias”, de ceder à pressão dos grupos económicos e de medo de perder o apoio popular.

“É um governo acomodado, sem coragem, sem saber como implementar mudanças estruturais para melhorar a eficiência, a justiça social, a sustentabilidade económica ou, ainda, a adaptabilidade a novos desafios”, criticou Nuno Barata, durante uma declaração política, na Assembleia Regional, na Horta.

O deputado único da IL defendeu que o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) não implementa reformas devido à “inércia institucional”, ao “medo de perder apoio popular ou enfrentar a oposição” e à “divergência de interesses entre diferentes grupos sociais ou políticos” que suportam o governo.

“O governo priorizou agendas partidárias e eleitorais, em vez das necessárias agendas para o futuro dos Açores e está focado apenas em questões de curto prazo”, afirmou Barata.

O liberal também acusou o Governo dos Açores de ceder aos “interesses corporativos” e à “pressão de grupos económicos para manter o ‘status quo’”.

“Se as reformas económicas e administrativas não forem implementadas, a dívida pública vai continuar a aumentar e as gerações que nos vão seguir vão ter de pagar”, insistiu.

No debate, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares, Paulo Estêvão, enalteceu as políticas do executivo açoriano, referindo que a região tem a “inflação mais baixa do país” e regista o “maior número de empregados da história dos Açores”.

Da parte do PS, o deputado Carlos Silva defendeu reformas nas áreas da habitação e saúde, lembrando que em matéria de habitação ainda vigora [o que vem] do tempo do PS [que governou a região de 1996 a 2020] e pediu uma “otimização dos serviços” na saúde.

O líder parlamentar do PSD/Açores, Bruto da Costa, destacou o crescimento da economia, o “desemprego mais baixo do país” e os “recordes” atingidos nos indicadores turísticos.

“Quer melhor reforma do que aquela que leva os açorianos a terem melhor rendimento?”, questionou o social-democrata.

O deputado do Chega José Pacheco reconheceu que o Governo Regional tem “falhado em muitas áreas”, mas realçou que a oposição encabeçada pelo PS “não traz ideias novas”.

Já António Lima (BE) avisou que a economia açoriana “está centrada em setores que nunca tirarão a região” da pobreza.

Catarina Cabeceiras (CDS-PP) elencou várias medidas no setor social criadas pela coligação que governa o arquipélago, como o “Novos Idosos” ou o “Nascer Mais”, enquanto Paulo Margato (PPM) elogiou a atitude “reformista” do executivo.

Segundo dados revelados a 20 de janeiro pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) o desemprego registado aumentou em todas as regiões em dezembro do ano passado, face ao período homólogo, com exceção dos Açores e da Madeira, onde recuou 3% e 10,1%, respetivamente.

O parlamento dos Açores, com sede na Horta, na ilha do Faial, é composto por 57 deputados, 23 dos quais da bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.

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