As Freguesias dos Açores mostraram-se hoje disponíveis para colaborarem com o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) no combate aos comportamentos aditivos, por serem as instituições que estão mais próximas da população.
“Queremos fazer mais e estamos disponíveis para esse combate. [Seja] em que circunstâncias for, somos o primeiro impacto que a população tem”, disse hoje à agência Lusa Manuel António Soares, coordenador nos Açores da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), que também é presidente da Junta de Freguesia do Livramento, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
E prosseguiu: “A população sabe bem onde moramos, sabe onde é a porta do presidente de Junta. Vai às nossas portas, toca na campainha e fala connosco. Eu costumo dizer que o meu escritório é na rua, portanto, com isto estou aberto a toda a população e às suas necessidades”.
“Nós, enquanto instituição, também temos os canais próprios para comunicar a quem de direito, para atuar em conformidade e com a maior brevidade possível”, acrescentou.
O autarca, que falava a propósito do 1.º encontro sobre “As Juntas de Freguesia enquanto suporte da comunidade: O seu papel no fenómeno dos comportamentos aditivos na Ilha de São Miguel”, promovido pela delegação dos Açores da Anafre, referiu que o executivo açoriano também pode contar com as freguesias para ajudar a corrigir as consequências do fenómeno, como sejam situações de pessoas sem-abrigo.
“Pode sim. [O executivo regional] também tem sido um grande parceiro com as Juntas, nomeadamente com a aprovação do novo acordo de cooperação técnica e financeira que reforçou as verbas a transferir para as Juntas e também as ações onde se inclui a ação social. Portanto, nós somos parceiros do Governo, como o Governo também tem sido nosso parceiro e tem tido alguma atenção para connosco”, declarou à Lusa.
Manuel António Soares adiantou ainda que as Juntas de Freguesia dos Açores já colaboram com as entidades na sinalização de casos de comportamentos aditivos e de sem-abrigo, prestando também apoio às famílias atingidas pelo flagelo.
O trabalho das autarquias passa por “sinalizar”, “localizar”, disponibilizar meios de transporte e apoio social: “Porque, alocado a esse problema há depois outras consequências, como roubos às próprias famílias, que ficam delapidadas do seu património e depois criam-se necessidades que nós, enquanto juntas, e dentro das nossas limitações e competências, podemos acudir”.
Segundo o responsável, já se verificaram algumas situações desta natureza nos Açores, embora sem “grande dimensão”.
A secretária regional da Saúde e Segurança Social dos Açores, Mónica Seidi, que hoje participou no encontro de autarcas, anunciou na sua intervenção que “em 2025 vai ser lançado o primeiro Plano Regional para a Pessoa Sem-Abrigo”.
O coordenador da Anafre nos Açores reagiu com satisfação ao anúncio da governante, por reconhecer que “é sempre importante tirar as pessoas da rua”.
A iniciativa da Anafre que hoje decorreu em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, também deverá ser realizada nas ilhas Terceira e do Faial.