A comissão técnica independente criada para avaliar o estudo sobre o transporte marítimo de mercadorias nos Açores defende a realização de uma escala semanal em todas as ilhas, a par de um reforço das ligações com o continente.

Em comunicado divulgado hoje, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) adianta que apresentou na quarta-feira às câmaras de comércio dos Açores e aos operadores portuários as conclusões da comissão acerca do estudo sobre o modelo de transporte marítimo de mercadorias no arquipélago.

De acordo com o executivo, a comissão, liderada por João Carvalho, antigo presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, concorda globalmente com as conclusões do estudo e salientou a “importância de superar algumas restrições existentes à operação do tráfego local, de aumentar a eficiência de todo o sistema, em particular na operação e nos custos portuários e de reforçar os meios e equipamentos disponíveis nas infraestruturas portuárias da região”.

Ainda segundo o Governo Regional, liderado por José Mnauel Bolieiro, os membros da comissão defendem igualmente a necessidade de “promover uma evolução progressiva do modelo, transitando entre os diversos cenários identificados no estudo, de modo a consolidar um modelo robusto que garanta frequências de abastecimento semanal a todas as ilhas, a operação de navios de cabotagem entre os portos continentais e os portos de Ponta Delgada e da Praia da Vitória, bem como uma articulação adequada entre a cabotagem insular e o tráfego local”.

Para aquela comissão técnica, o que se afigura “mais vantajoso e concretizável a curto/médio prazo” é a realização de uma escala semanal em todas as ilhas, “contribuindo para a coesão territorial e social entre as várias ilhas dos Açores”.

Além disso, é acrescentado na nota, a comissão defende um “reforço das ligações entre os Açores e o continente”, de forma a aumentar a oferta à disposição dos agentes económicos e, “em particular, a colocação de produtos frescos ou refrigerados no continente ao final da semana, contribuindo para a maior competitividade de algumas indústrias exportadoras” da região.

Citada na nota, a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, defende a necessidade de garantir que a evolução do processo se baseia “numa melhoria contínua, sem disrupções, com uma mudança gradual, racional e segura”, que “não coloque em causa o abastecimento a nenhuma ilha dos Açores em nenhum momento”.

Berta Cabral adianta que já existe trabalho a ser feito com os armadores de cabotagem “para garantir frequências semanais para as ilhas de Santa Maria e Graciosa, bem como para promover uma maior articulação com os armadores de tráfego local para agilizar operações e assegurar o frete corrido”.

A titular da pasta da Mobilidade recorda, por outro lado, as “permanentes diligências adotadas” junto do IMT- Instituto da Mobilidade e dos Transportes e da AMT- Autoridade da Mobilidade e dos Transportes para reportar “os incumprimentos e as falhas registadas na operação em várias ilhas da região”.

A governante destaca também que o Sistema de Incentivo à Renovação das Frotas dos Operadores de Tráfego Local da Região Autónoma dos Açores (SIFROTA) é “um importante instrumento, que já está a dar frutos e já permitiu a entrada de uma embarcação no sistema do tráfego local com possibilidade de transportar contentores”.

PUB