Durante o Debate sobre o Futuro da Agricultura na União Europeia, que decorreu ontem ao final do dia, em Estrasburgo, o Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral destacou como pontos positivos a promoção do “diálogo” e a proposta de “criação de um fundo de transição justa para a agricultura”.

Na ocasião, Paulo do Nascimento Cabral, defendeu que é necessário “o reconhecimento de que a agricultura e a segurança alimentar são pilares fundamentais da União Europeia”, e que “não pode haver uma autonomia estratégica da UE, sem um setor agroalimentar forte”.

“Melhorar o rendimento dos agricultores, valorizar a sua posição na cadeia de abastecimento alimentar, melhorar a transparência na formação dos preços, e combater as práticas comerciais desleais”, bem como “reduzir a burocracia, e melhorar a atratividade do setor promovendo a entrada de jovens” foram reivindicações partilhadas pelo Eurodeputado Açoriano na sessão plenária.

Paulo do Nascimento Cabral sublinhou que “nos últimos anos a União Europeia perdeu um terço dos seus empresários agrícolas, e 57% dos agricultores europeus têm mais de 55 anos. Em Portugal, a idade média de um agricultor é 64 anos e apenas 6,5% têm menos de 35 anos”.

“A União Europeia, nas últimas três décadas, foi a única a reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa”, referiu. Saudando o percurso exemplar trilhado pelos agricultores europeus, Paulo do Nascimento Cabral defendeu que este deve ser “divulgado junto dos europeus”, e que “os serviços que os agricultores prestam ao ambiente devem ser devidamente remunerados”.

Para o Eurodeputado do PSD, a União Europeia deveria aplicar o princípio da reciprocidade quando negoceia acordos comerciais com os países terceiros, tendo em conta que, por um lado, cerca de 98% dos produtos agrícolas europeus apresentam vestígios de pesticidas zero ou abaixo do valor limite, e, por outro, em 10% das amostras de produtos agrícolas importados foram detetadas substâncias cujo uso é proibido na União Europeia.

O Eurodeputado Açoriano lamenta ainda que as Regiões Ultraperiféricas não tenham sido mencionadas no relatório, apesar do peso e da importância da agricultura nestas regiões, e que orçamento do POSEI não seja alterado há cerca de 20 anos face à inflação, o que se traduz em termos reais num corte superior a 35%.

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