O Governo dos Açores abriu hoje candidaturas para um novo sistema de incentivos para impulsionar a modernização tecnológica do tecido empresarial regional com um envelope financeiro perto dos 20 milhões de euros.

O Sistema de Incentivos à Transição Digital das Empresas dos Açores é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) dos Açores e está estruturado em três linhas de ação, constituindo “um significativo reforço nas possibilidades de apoio público à iniciativa privada”, sublinhou o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública.

Duarte Freitas falava na conferência de imprensa de apresentação do novo sistema de incentivos, cujas candidaturas estão abertas a partir de hoje e decorrem até ao esgotamento da dotação orçamental, ou até 30 de dezembro de 2024, com a possibilidade de financiamento inicial de 40% do valor do incentivo.

Segundo o titular pela pasta das Finanças nos Açores, este sistema de incentivos “é possível apenas por via da reprogramação de que foram objeto os investimentos do PRR”, assinalando que para a construção destas medidas foram auscultadas a rede de incubadoras de empresas da região e a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores.

“Os nossos objetivos são claros: apoiar as empresas, fortalecer a competitividade, fomentar a inovação e reduzir custos”, vincou Duarte Freitas.

O secretário regional das Finanças, que apelou às empresas para aproveitarem esta oportunidade de se posicionarem “num patamar superior de competitividade”, acrescentou que a medida permite a adaptação do tecido empresarial “às exigências de um mercado cada vez mais digitalizado e cada vez mais globalizado”.

O Sistema de Incentivos à Transição Digital das Empresas dos Açores visa apoiar as empresas na adoção e integração de tecnologias digitais, promovendo aumentos de competitividade, produtividade e inovação.

Está estruturado em três linhas de ação principais, a primeira das quais, com uma dotação de 17,5 milhões de euros, está direcionada para a modernização digital das empresas, com enfoque na automatização e inovação (Upgrade Digital Empresarial), com apoios até 50 mil euros, dirigidos especialmente a micro e pequenas empresas, com uma taxa de financiamento até 70%.

Com uma dotação de dois milhões de euros, a segunda linha de ação permite apoiar a contratação de consultoria especializada para acelerar processos de negócio e fortalecer a cibersegurança, com apoios até 30 mil euros e taxa de financiamento também até 70%.

Através dos eventos temáticos (Accelerate Azores Brand), a terceira linha de ação, serão promovidas sinergias e a partilha de soluções tecnológicas, potenciando sinergias entre empresas regionais e internacionais, com apoios que variam entre 2.500 e 25.000 euros.

O processo será avaliado em quatro fases, com as datas-limite de 30 de setembro, 31 de outubro, 29 de novembro e 30 de dezembro de 2024.

De acordo com Duarte Freitas, as empresas têm um prazo de nove meses para a execução dos seus projetos, revelando que será disponibilizado um adiantamento inicial de 40% do valor do incentivo, nas duas primeiras linhas de ação, para que as empresas possam rapidamente executar o projeto e “não pressionar a tesouraria de cada uma das empresas e empresários”.

Através destes apoios, o Governo Regional “pretende dotar as empresas açorianas das ferramentas tecnológicas que lhes permitam crescer, inovar e criar mais valor para a economia regional”, reforçou o governante.

Duarte Freitas admitiu que o turismo, e todas as suas atividades conexas, possam ter “uma apetência” maior por este sistema, tendo em conta que o setor turístico é aquele que “está mais exposto ao mercado global”.

Mas, a rede de incubadoras e todos os negócios inovadores “também serão naturalmente alguns dos empresários e empresas com mais apetência dinâmica por este sistema”, considerou.

Questionado sobre o PRR, o governante referiu que, “depois de uma fase inicial de adequação” a região “está em velocidade de cruzeiro” na sua execução.

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