Mais de 100 operacionais de todas as corporações de bombeiros da Madeira, apoiados por 37 veículos, estão a combater as três frentes ativas do incêndio que deflagrou na quarta-feira, indicou hoje o secretário regional da Proteção Civil.

Em conferência de imprensa nas instalações do Serviço Regional de Proteção Civil, no Funchal, Pedro Ramos precisou que estão também no terreno, além de 108 bombeiros, 21 elementos do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, quatro operacionais da GNR e oito viaturas, assim como 11 agentes da PSP apoiados por oito viaturas.

Fazendo um ponto de situação do incêndio, que começou na quarta-feira de manhã no concelho da Ribeira Brava e alastrou no dia seguinte ao município vizinho de Câmara de Lobos, o governante informou que atualmente estão três frentes ativas: Jardim da Serra, Curral das Freiras e Encumeada.

O fogo está a lavrar na zona da Encumeada (Ribeira Brava), onde já foram retiradas ao final da tarde de hoje cerca de 60 moradores das suas habitações, incluindo pessoas com mobilidade reduzida e acamadas que serão acolhidas no centro de saúde daquele município, disse.

No concelho de Câmara de Lobos também foram retiradas cerca de 50 famílias das suas casas, na freguesia do Curral das Freiras, na madrugada de hoje, e numa localidade da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos cerca de 60, durante a tarde.

Pedro Ramos indicou ainda que o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil foi ativado.

De acordo com o secretário regional de Saúde e Proteção Civil, os cerca de 80 elementos da Força Operacional Conjunta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil chegam do continente às 00:00.

O Governo da República disponibilizou na sexta-feira à noite apoio para o combate ao incêndio, mas o executivo madeirense considerou não ser necessário, argumentando que lavrava sobretudo em zonas de difícil acesso.

Hoje, às 13:00, o secretário regional reiterava, em declarações aos jornalistas, que não era necessária a ajuda do continente, apontando que a região não tinha esgotado a sua capacidade.

Questionado sobre a mudança de posição cerca de duas horas depois destas declarações, Pedro Ramos justificou com a “evolução da situação” e com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que “não são as melhores”.

Além disso, apontou, os meios no terreno são agora “praticamente o dobro” face aos que estavam na operação aquela hora.

“Este incêndio tem-se mostrado muito desafiante”, salientou o responsável, destacando o facto de lavrar em zonas inacessíveis e as condições meteorológicas que têm afetado o combate, nomeadamente por parte helicóptero afeto ao Serviço Regional de Proteção Civil que nem sempre tem conseguido operar.

De acordo com Pedro Ramos, o Governo Regional dos Açores está disponível para enviar entre 15 a 20 operacionais para ajudar no combate às chamas, mas neste momento não são necessários.

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, interrompeu hoje as férias, na ilha do Porto Santo, e chega à Madeira esta noite, deslocando-se ao posto de Comando do Curral das Freiras para se inteirar do combate aos incêndios naquela freguesia do concelho de Câmara de Lobos, de acordo com uma nota enviada pelo gabinete da presidência.

O centro de saúde do Curral das Freiras está aberto devido ao incêndio e já atendeu seis pessoas, uma das quais transferida para o hospital do Funchal por problemas respiratórios.

O acesso à freguesia foi condicionado.

O Serviço Regional de Saúde ativou também uma linha de atendimento psicológico, às 12:00, não tendo ainda registado solicitações, adiantou Pedro Ramos.

 

PUB