Os empresários do Faial e do Pico alertaram hoje para o impacto que uma nova greve na empresa pública de transporte marítimo de passageiros e viaturas Atlânticoline terá na economia das duas ilhas, representando “uma machadada” no turismo.

“Esta hipotética greve da Atlânticoline, entre 12 de julho e 12 de agosto, é efetivamente uma machadada forte no turismo desta zona geográfica e vai fazer com que muitos dos investimentos que foram feitos tenham prejuízos substanciais”, advertiu o presidente da Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH), Francisco José Rosa, em conferência de imprensa, na ilha do Faial.

A Atlânticoline cancelou, entre março e abril deste ano, mais de 50 viagens entre as ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), devido a uma greve dos maquinistas, que exigiam melhores condições salariais.

Entretanto, o sindicato que representa os maquinistas já apresentou um novo pré-aviso de greve, entre 12 de julho e 12 de agosto, alegando que a administração da empresa não está a cumprir com o pagamento de horas extraordinárias.

Também presente na conferência de imprensa, o presidente da Associação Comercial e Industrial do Pico (ACIP), Rui Lima, lamentou o impacto negativo que a paralisação dos transportes marítimos de passageiros interilhas poderá vir a ter em termos turísticos para o Faial e para o Pico.

“Só ouvir falar da greve já torna o tecido empresarial nervoso”, salientou o empresário do Pico, lembrando que se não se conseguir assegurar “qualidade e previsibilidade” no período de verão “há um trabalho brutal e considerável que vai por água abaixo” e apelando, por isso, a um acordo entre a administração da empresa e o Sindicato da Marinha Mercante.

Já o presidente da Associação de Turismo Sustentável do Faial (ATSF), Pedro Rosa, igualmente presente na conferência de imprensa conjunta, lembrou que os trabalhadores da Atlânticoline estiveram em greve há apenas três meses, considerando que uma nova paralisação poderá ter impactos “demasiado severos” para quem depende dos transportes marítimos.

“Só conseguiríamos compreender o grau de severidade desta greve face a reivindicações que seriam seguramente vitais, digamos assim”, referiu Pedro Rosa, lamentando que a paralisação tenha sido decretada “de forma total, para um mês inteiro, de forma a afetar as festas concelhias das ilhas do Triângulo, e para fazer o máximo de dano possível a todos aqueles que dependem de transportes marítimos”.

A empresa pública de transporte marítimo de passageiros e viaturas, que transporta anualmente mais de 500 mil passageiros, tem, desde junho, uma nova presidente, Isabel Dutra, nomeada pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), mas que já pertencia ao anterior conselho de administração.

 

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