É uma velha estratégia: quando o assunto incomoda, cria-se uma distração. Na União Europeia também é assim. Por cá, são recorrentes as acusações de que a CDU quer sair da Europa ou que quer sair do Euro, entre outras. Estas são ideias falsas, e será útil esclarecê-las.
A ideia de que a CDU quer sair da Europa desmente-se a si própria: é impossível sairmos do espaço geográfico do velho continente… Ora, esta ideia falsa arrasta outra confusão: a de que a Europa e a União Europeia são a mesma coisa quando, na verdade, a Europa é muito mais ampla que a União Europeia! Por acaso deixámos de ter relações com o Reino Unido, desde o Brexit? Ou com outros países que, sendo Europeus, não estão integrados no Euro ou na União Europeia?
O que faz falta é uma discussão séria, sem ideias pré-concebidas, sobre o que ganhámos e perdemos com a integração europeia. É verdade que o PCP e a CDU foram contra a integração na União Europeia. Na altura, para ilustrar o previsível resultado de sermos dominados por economias bem mais desenvolvidas que a nossa, recorremos à metáfora do choque da panela de barro com a panela de ferro. Infelizmente, a fragilização da nossa economia e a destruição da nossa produção dão razão aos alertas da CDU. Mas, passado todo este tempo, não se pode, simplesmente, perspetivar uma saída da UE. Daí que esse debate seja fundamental.
Também não defendemos a saída do Euro, mas defendemos que nos devemos preparar para o fim da moeda única e exigir uma justa compensação pelos seus efeitos na nossa economia. Não sermos nós a determinar a nossa política monetária teria sempre resultados negativos, mas esta ser determinada por grandes potências e estar estruturada para ajudar o lucro dos bancos, e não a vida dos cidadãos, é simplesmente desastroso.
Já agora, a CDU sempre defendeu que devemos ter relações de paz e cooperação com todos os países – mesmo com aqueles que escolham um rumo com o qual discordemos. Essa é, aliás, uma das conquistas do 25 de Abril, que nos abriu as portas ao Mundo. Já quanto à União Europeia, tem o mau hábito de fechar mais portas do que as que abre, sempre em função da conveniência da França e da Alemanha…