O orçamento regional, que se vota no Parlamento Açoriano esta semana, tem entre outros desafios o de recuperar o tempo perdido pela irresponsabilidade socialista que atirou os Açores para eleições antecipadas e consequentemente seis meses de duodécimos, ou seja, sem dotação para fazer face a despesas, mesmo as inadiáveis, além de impossibilitar o lançamento de novas obras ou a aquisição de novos bens e serviços.
Os Açores foram sacrificados a interesses menores e a vaidades maiores. O chumbo do orçamento em novembro passado praticamente paralisou a região. Aliás, acho que só adiantou duas coisas: a renovação e reforço da confiança no governo da Coligação e de José Manuel Boleiro e a mudança antecipada da liderança socialista.
Sem rumo e sem serenidade, tem sido confrangedor o comportamento político do maior partido da Oposição. O tempo e as circunstâncias decorrentes do incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, de Ponta Delgada, impõem serenidade e sentido de responsabilidade. É preciso parar para pensar. O PS parece não parar nem pensar.
Tanto assim é que começou por anunciar o voto contra o orçamento, para logo no dia seguinte se arrepender daquela intenção, dizendo “tudo estar em aberto”, ou seja, poder votar de três maneiras diferentes. Maior errância é difícil.
O tempo é de responsabilidade. De projetar e trabalhar com serenidade. Sem alarmismos e bairrismos. De cada um medir o seu sucesso pelo interesse dos açorianos e não pelas dificuldades que cria ao Governo. De pensar primeiro os Açores e depois a ilha. É tempo de ir em frente.