O primeiro-ministro afirmou hoje que “o maior elogio que se pode fazer ao PSD e ao seu líder” é que estão identificados com a raiz social-democrata, dizendo que não é uma questão de “ser mais urbano ou mais rural”.

“Mesmo que isso suscite grandes debates sobre as origens, sobre a matriz, a idiossincrasia do partido, até da liderança, eu quero dizer-vos, não é bem uma questão de ser mais urbano ou mais rural”, afirmou Luís Montenegro, numa resposta ao Presidente da República que provocou risos e aplausos no jantar que inicia as comemorações do 50.º aniversário do PSD, fundado em 06 de maio de 1974.

Há duas semanas, num jantar com jornalistas estrangeiros, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o estilo do primeiro-ministro, Luis Montenegro, é “completamente diferente” do líder do anterior Governo, António Costa, pois “é uma pessoa que vem de um país profundo, urbano-rural, urbano com comportamentos rurais”.

“Sinceramente, porque o assunto é sério: é uma conceção de valorizar a pessoa em toda a sua dimensão, de acreditar na igualdade de oportunidades (…) Sim, é essa a minha e a nossa conceção, sim, se nos reconhecem essa conceção, eu quero dizer que esse é o maior que se pode fazer ao PPD, ao PSD e ao seu líder”, respondeu hoje o líder do PSD e primeiro-ministro.

“Vamos ser mais social-democratas, vamos ser um PSD mais PPD”, desafiou, salientando que, quando se tornou líder dos sociais-democratas, há quase dois anos, prometeu um partido “mais identificado com a sua raiz, com a sua raiz social-democrata, com a sua base”.

Na sua intervenção, Montenegro defendeu que o PSD tem hoje uma oportunidade, mas também uma responsabilidade, apontando os altos cargos atualmente ocupados por figuras do partido.

“Temos razões para estar satisfeitos, o PSD está bem vivo: creio que ter ao mesmo tempo Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, presidente do Governo Regional dos Açores e da Madeira é capaz de ser a primeira vez na história do PSD, os 50 anos ficam também com essa marca histórica”, disse.

Montenegro aproveitou para cumprimentar “todos os outros partidos políticos democratas portugueses”, mas considerou que foi o PSD o que mais contribuiu para o desenvolvimento do país nos últimos 50 anos, quer quando chefiou o Governo – citando todos os antigos primeiros-ministros do partido -, quer quando liderou a oposição.

“Nunca em nenhuma circunstância abdicámos dos nossos valores só para ter a faculdade de exercer o poder, nunca”, frisou.

Por outro lado, considerou, “desde o primeiro momento o PSD esteve do lado certo”.

“Nunca quisemos que o espírito da liberdade fosse perdido, que da noite de liberdade pudesse resultar uma manhã de extremismo político, ainda que de pendor contrário àquele donde vínhamos”, frisou.

Montenegro chegou ao jantar de aniversário do PSD ao lado do cabeça de lista às europeias da AD, Sebastião Bugalho, com os ministros Paulo Rangel e Leitão Amaro, o atual presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, e a antiga titular do cargo Assunção Esteves, entre outros governantes e dirigentes.

O jantar, para cerca de 500 pessoas, decorreu em ambiente festivo – com uma banda a tocar um medley de vários hinos utilizados em campanhas do PSD – e com mensagens de apoio de vários líderes europeus, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, que deixou uma mensagem de confiança a Luís Montenegro: “Portugal está em boas mãos”.

O PSD arranca hoje, com este jantar, com as comemorações do 50.º aniversário do partido, que se estenderão ao longo de um ano e vão incluir uma exposição, conferências, uma sede nacional renovada e um grande evento final.

O então Partido Popular Democrático (PPD) foi fundado em 06 de maio de 1974 por Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota, tendo sido registado no Supremo Tribunal de Justiça em 25 de janeiro de 1975.

A designação e sigla foram alteradas para Partido Social Democrata (PPD-PSD) em 03 de outubro de 1976.

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