Lisboa, 02 mai 2024 (Lusa) – O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) manifestou-se hoje satisfeito com a anulação e lançamento de novo concurso para privatização da Azores Airlines, do grupo SATA, anunciada pelo Governo Regional.

“Ao longo dos últimos meses, o SPAC tem vindo a alertar para as diversas incongruências existentes no processo de privatização da Azores Airlines e, muito recentemente, voltou a referir que o consórcio da Newtour/MS Aviation iria pôr em causa o futuro da companhia açoriana e de transporte aéreo em toda a Região”, afirmou o sindicato, em comunicado.

O Governo dos Açores anunciou hoje o cancelamento do concurso de privatização da companhia aérea Azores Airlines e o lançamento de um novo, alegando que a companhia estava avaliada em seis milhões de euros no início do processo e vale agora 20 milhões, mas negou que as reservas sobre o consórcio concorrente tenham pesado na decisão.

No início de abril, o júri do concurso público da privatização da Azores Airlines entregou o relatório final e manteve a decisão de aceitar apenas um concorrente, mas admitiu reservas quanto à capacidade do consórcio Newtour/MS Aviation em assegurar a viabilidade da companhia.

Também o Conselho de Administração do grupo SATA, liderado por Teresa Gonçalves, que entretanto se demitiu, manifestou “reservas sobre o consórcio NewTour MS Aviation e sobre as limitações do concorrente” no parecer enviado ao Governo Regional.

O SPAC defendeu hoje que, “caso não se posicionem candidatos viáveis num próximo concurso, não se deve proceder à privatização da empresa” e apelou para a necessidade de pedir mais tempo à Comissão Europeia “para demonstrar que a companhia pode ser rentável”.

O sindicato defendeu ainda que, num novo concurso, se garanta a “idoneidade, estabilidade financeira, experiência no setor da aviação e capacidade de investimento evidenciada pelo futuro parceiro” e recomendou a organização de um “Road Show Privatização Azores Airlines”, para promover a companhia aérea e garantir o interesse de mais concorrentes e investidores e “mais adequados aos objetivos da SATA e da Região Autónoma dos Açores”.

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