As eleições mostraram, sem surpresas, uma vontade de mudança do rumo do País. Mas a futura Assembleia da República não trará esse tal caminho novo – o passado dos deputados eleitos pela direita e pela extrema direita mostra isso mesmo. Já cá andam há muito tempo, mas tentaram esconder o seu projeto político. Por exemplo, sistematicamente classificaram a governação do PS como “socialista”, quando nada está mais longe da verdade! Basta ver a coligação entre o PS, a direita e a extrema direita, que votaram sempre juntos contra as propostas apresentadas pelo PCP, fosse para aumento dos salários, para valorizar os Serviços Públicos de Saúde e de Educação, para pôr os lucros dos bancos a pagar o aumento dos juros com as habitações ou para aumentar as pensões, entre muitas outras.

Agora, preparam-se para aprofundar o pior dos três governos do PS. Por exemplo, metade das verbas destinadas ao Serviço Público de Saúde foi desviada para o negócio privado da doença. Foram cerca de 7 mil milhões de euros para os grandes grupos económicos donos dos hospitais privados. Alguém acha que a direita discorda desta opção do PS? Claro que não, mas passaram toda a campanha eleitoral a fugir a este e a outros assuntos!

Neste momento, muito se fala de lugares no governo, cenários e acordos. Muitos já imaginam as desculpas para não cumprir as suas promessas. Mas, enquanto isso, a CDU já sabe, há muito, onde é o seu lugar. É onde sempre estivemos e sempre estaremos: nos locais de trabalho, centros de saúde, escolas, a exigir respostas aos problemas de todos os dias. A exigir aumentos dos salários que valorizem, de forma justa, o trabalho. A exigir o direito à habitação com qualidade para todos, creches públicas e gratuitas, a defesa da Escola Pública, 1% do PIB para a Cultura, condições para a Justiça, para a Polícia e para as Forças Armadas.

Como sempre, a CDU cá estará, para lutar pelo que faz falta! E, 50 anos depois da Revolução, o que faz falta é Abril, de Novo!

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