Pedi emprestado o título à música do Zeca Afonso, numa altura em que a direita e a extrema direita se preparam para aprofundar os problemas que esta maioria absoluta não quis resolver. Pior que isso, as verbas conseguidas com o nosso sacrifício, com os impostos que tanto criticaram, irão direitinhas para os donos das grandes empresas.

Agora, os mesmos órgãos de comunicação social que, desde 2017, deram um palco injustificado e artificial à extrema direita, promovendo-a todos os dias, fingem procurar as razões para este crescimento. Não olham para si próprios, fingindo não saberem que, durante 7 anos, lhes deram muito mais tempo de antena do que a sua importância justificaria. Que deram, conscientemente, espaço sem contraditório a meias verdades que escondem factos importantes, a mentiras completas e ao discurso do ódio. Nada disto é por acaso: há muitos anos que os donos da economia perceberam que promover a extrema direita é a melhor garantia da manutenção do seu poder instituído.

As enormes desigualdades do País são inseparáveis de décadas de política de direita, tanto dos governos do PS como dos governos do PSD com o CDS. O resultado são 42% da riqueza nacional nas mãos de apenas 5% da população. Em média, cada indivíduo desta elite lucra 14 mil euros por mês, 200 mil por ano. Dentro dela, outra ainda mais exclusiva arrecada milhares de milhões todos os anos, à custa dos sacrifícios da maioria. Só que este poder económico quer ainda mais e há muito que percebeu que a melhor forma de aumentar ainda mais a sua fatia da riqueza é promover o ódio, lançando a divisão entre quem é obrigado a esses sacrifícios.

Mas estas desigualdades são insustentáveis e o que faz mesmo falta é um outro Futuro. Para o construir, cá estará a CDU, a lutar por melhores salários, pensões, habitação, saúde, direitos das crianças e dos pais, das mulheres, da juventude, o ambiente e a Paz. Com a coragem de sempre, afirmando os valores da Revolução de Abril!

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